Por Adelmo Santos, Poeta e escritor, ex-presidente da Academia Serra-talhadense de Letras
Em toda época de Natal eu paro e fico pensando, lembro de Serra Talhada nas festas de fim de ano, com a igreja decorada e Padre Jesus celebrando.
Encho os olhos de saudades quando eu penso em minha terra, fico louco pra voltar e ver tudo como era. Ver o Rio Pajeú beijando as ribanceiras, e a bandinha Filarmônica no dobrado de Nogueira.
Ver a Rua da Favela do jeito que o povo quis, com mulher lavando roupa nas águas do chafariz. Ver na festa de setembro gente pra cima e pra baixo, desfilando a roupa nova muito feliz, todo pabo.
Quero ver a feira livre agitada como antes, com os matutos passando na bodega de Zé Grande, apressados na carreira, comprando pão e sorrindo com as piadas de Gêra.
Quero ver uma pessoa que há muito tempo espero, vou entrar na Casa dos Pobres e visitar Rosa Pau-ferro.
Quero encontrar tudo aquilo que marcou a minha infância, vou jogar bola na rua e assistir aulas de Fanca.
Vou sair como um passarinho brincando com a natureza, eu vou encontrar meu ninho lá no colo de mãe preta.