
Com informações do Tecmundo
Um artigo publicado na revista Cosmology and Astroparticle Physics por pesquisadores holandeses indica que o universo pode estar em decadência acelerada, com um fim chegando antes do que se imaginava. Originalmente, estimava-se que os últimos vestígios de estrelas levariam 10¹¹⁰⁰ anos (um número incompreensivelmente grande) para desaparecer. No entanto, os novos cálculos apontam que esse processo pode ocorrer em “apenas” 10⁷⁸ anos — ainda uma escala inimaginável, mas significativamente menor que a previsão anterior.
O estudo é uma continuação de uma pesquisa de 2023 que analisou o decaimento de estrelas de nêutrons e buracos negros por meio de um fenômeno semelhante à radiação de Hawking, proposta pelo físico Stephen Hawking. Essa radiação teórica sugere que buracos negros emitem partículas até se evaporarem completamente.
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Novo mecanismo de destruição cósmica
A equipe descobriu que a curvatura do espaço-tempo, mesmo sem um horizonte de eventos (a fronteira de um buraco negro), pode levar à evaporação de corpos celestes.
“Recentemente, encontramos evidências de que a própria curvatura do espaço-tempo, mesmo sem a presença de um horizonte de eventos, pode levar à evaporação de buracos negros. Neste estudo, investigamos a taxa de evaporação e o tempo de decaimento de uma estrela não rotativa e de densidade constante, causada pela produção de pares induzida pela curvatura do espaço-tempo”, descreve o artigo.
Isso significa que objetos como estrelas de nêutrons e anãs brancas — antes considerados estáveis por períodos quase eternos — também poderiam emitir radiação e desaparecer mais cedo. Como as anãs brancas são os objetos mais duradouros do cosmos, seu fim marcaria o “último suspiro” do universo.
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“Ainda há tempo, mas menos do que pensávamos”
Apesar dos números astronômicos, o estudo revela que o universo pode ter um desfecho mais rápido do que o previsto. Mesmo assim, não há motivo para preocupação imediata.
“Portanto, o fim definitivo do universo chega muito mais cedo do que o esperado, mas felizmente ainda leva muito tempo”, afirmou Heino Falcke, um dos autores do estudo e especialista em buracos negros.
Ou seja: a morte cósmica está prevista para daqui a 1 seguido de 78 zeros de anos — um tempo tão vasto que a humanidade, o Sol e até a Via Láctea já terão deixado de existir muito antes.