
Na última semana, os jornais de Serra Talhada e região veicularam uma notícia com o vídeo de um cachorro da raça pitbull atacando uma mulher e sua filha na cidade de Iguaracy, no Sertão do Pajeú [relembre o caso].
A reportagem do Farol de Notícias procurou a veterinária Diana Azevedo, da Clínica Avance para entender um pouco mais sobre os Pitbulls, raça tão popular, mas que gera muita polêmica.
Na oportunidade, a veterinária fala sobre legislação para cuidados com os pitbulls, cuidados para tutores e como proceder após uma situação de ataque do animal.
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“Então, nós tínhamos uma lei em vigência aqui no Pernambuco desde 2003, e essa lei, ela diz que esses animais da raça Pitbull devem realmente andar na rua por proteção, coleira curta, enforcadores e focinheiro, para a gente promover a segurança da população. O problema muitas vezes não está no comportamento do animal, está sim na forma como ele foi criado”, destacou a veterinária, completando:
“Esses animais têm um comportamento que eles precisam de liderança, eles precisam de um processo de hierarquia. E aí, muitas vezes, esses comportamentos, eles não são passados da mãe para o filhote, porque o filhote é separado muito cedo da mãe. Então, a mãe não consegue mostrar para eles como eles devem se comportar no grupo, os cuidados que eles devem ter com ele mesmo, em relação a higiene e tudo mais”.
CRIAÇÃO DOMÉSTICA
Outro fato importante que a veterinária chamou a atenção para os tutores da raça é a criação em casa. A profissional afirmou que mesmo em um ambiente domesticado os animais precisam saber “quem manda”.
“A gente precisa mostrar um processo de hierarquia e liderança, e isso não é se dado com agressividade, e sim com cuidados como alimentação, respeito, carinho e amor. Isso tudo é um processo mútuo que é criado entre os dois, tanto com o animal como com o tutor.
“Têm animais que precisam de um espaço maior, tem animais que precisam de uma atividade maior, e aí a gente introduz esse animal dentro de um apartamento sem acesso a passeios. Então, são animais que vão terminar se tornando mais agressivos devido ao fator do estresse.
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COMO AGIR EM UM ATAQUE?
Durante a entrevista, a veterinária Diana desmistificou uma crença importante que estigma os pitbulls a uma raça de violência. Segundo ela, a reação dos cachorros correspondem a reação das pessoas na interação com animal.
“Muitos animais não vão diretamente para atacar, são poucos animais que realmente têm um instinto agressivo. Então, a maioria está ali só por curiosidade. Eles se sentem ameaçados de acordo com a nossa reação. Então, quando a gente encara o animal, corre ou grita, eles terminam se sentindo ameaçados ou estimulam o instinto de caça”, detalhou Diana, explicando como se portar diante de um animal realmente agressivo:
“A gente tem que ter cuidado com a nossa proteção, precisa proteger pescoço e cabeça para evitar acidentes maiores. Alguns só avançam, mordem e fogem. E têm outros animais que realmente apreendem como caçar e não soltam a pessoa. Então, esses animais não adianta puxar a vítima, tracionando, batendo no animal, porque ele não vai soltar. Ele vai terminar aumentando o ataque”.
“Precisa imobilizar esse animal, diminuir a passagem de ar das vias aéreas dele para que esse animal fique um pouco mais fraco, ele perca um pouco a força da mordida e aí sim ele vai soltar a pessoa ou outro animal que ele esteja atacando. Você pode usar um cinto ou outro material que ajude a imobilizar o cachorro”.