Virgínia Fonseca sobre bets: "Se realmente faz tão mal, proíbe tudo" - Foto: Andressa Anholete/Agência Senado
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Com informações do Correio Braziliense

Em depoimento à CPI das Apostas Esportivas nesta quarta-feira (14), a influenciadora digital Virgínia Fonseca afirmou seguir a legislação vigente em suas publicidades de casas de aposta e provocou os parlamentares: “Se realmente faz tão mal, proíbe tudo, acaba com tudo”. Com mais de 50 milhões de seguidores, a empresária negou lucrar com perdas de apostadores e defendeu que a regulamentação do setor é responsabilidade do Congresso Nacional.

“Nunca promovi cassinos ilegais”, diz Virgínia

A influenciadora, uma das convocadas mais aguardadas da comissão, confirmou ter contratos com plataformas como Blaze e Esportes da Sorte, mas garantiu que todas as parcerias foram analisadas por sua equipe jurídica e declaradas à Receita Federal.

“Minha função é entregar a publicidade, mas sempre faço com responsabilidade. Os contratos foram analisados pela minha equipe jurídica e tudo está declarado à Receita Federal”, afirmou.

Questionada sobre bônus vinculados a perdas de usuários, Virgínia negou veementemente: “Nunca houve qualquer menção a percentual sobre perdas. Posso disponibilizar o contrato”. Ela explicou que eventuais incentivos financeiros eram baseados no faturamento das empresas, não em resultados individuais de apostadores.

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Senadores cobram regulamentação e proteção a jovens

O senador Izalci Lucas (PL-DF) destacou a necessidade de regras específicas para influenciadores que anunciam apostas:

“Não estamos aqui para demonizar ninguém, mas é preciso proteger os consumidores e, sobretudo, os mais jovens. Essas campanhas não podem ser tratadas como publicidade comum. Elas envolvem riscos reais de endividamento e vício”, alertou.

Já a relatora da CPI, Soraya Thronicke (Podemos-MS), defendeu que o foco das investigações deve ser a estrutura criminosa por trás das plataformas:

“Estamos enfrentando máfias, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e manipulação de algoritmos que viciam o usuário. A verdade é que esse vício silencioso já está em toda parte”, afirmou.

Ao ser questionada se abandonaria a publicidade de apostas, Virgínia respondeu com cautela: “Eu vou pensar sobre, senadora. Não vou mentir, eu vou pensar. Mas gostaria que chamassem todos os times de futebol, as emissoras de TV, os eventos patrocinados. Tudo tem bet”.

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Transparência e resistência

Apesar de amparada por uma decisão do ministro Gilmar Mendes (STF) que lhe garantia o direito ao silêncio, Virgínia respondeu à maioria das perguntas. A única recusa foi revelar seu maior ganho individual com campanhas de apostas.

A empresária ainda destacou que as parcerias com casas de aposta não são sua principal fonte de renda – sua marca WePink faturou R$ 750 milhões em 2024.