Na tarde desta quinta-feira (19) os parentes da jovem Bruna Gabriele de Souza Freitas, de 17 anos, que faleceu na Maternidade Bandeira Filho, em Afogados, vão prestar queixa contra o hospital. A ocorrência poderá ser indexada na Delegacia de Afogados ou na de Jardim São Paulo. Os familiares alegam que a jovem precisou retornar à unidade de saúde em menos de 48h após ter recebido alta médica e que faleceu no local por conta de um choque hemorrágico causado por complicações no parto.
Contrariando o boletim emitido pela maternidade que aponta para a chegada de Bruna, sem vida, à unidade médica, o tio materno de Bruna Gabriele, Wellington Souza, disse que ela tentou caminhar ao descer do carro, mas sem forças, precisou ser carregada. “Como alguém que entrou de cadeira de rodas, que teve a pressão aferida e usou máscara de oxigênio chegou sem vida? Eles negam isso”. O tio da garota afirma ainda que ela teria dado entrada na Maternidade Bandeira Filho por volta das 5h30 da última terça-feira (17) e que às 7h30 a família recebeu a notícia do óbito.
Para Wellington, houve negligência médica e o hospital estaria tentando contornar a falha com histórias inverídicas. Um dos argumentos dele se baseia na falta de informação dada aos parentes no momento em que a morte de Bruna foi anunciada. Segundo ele, foi negada a família o acesso ao prontuário médico. O documento poderia alegar o estado da menina ao dar entrada na emergência.
“Durante o parto ela dizia pra mãe que sentia que ia morrer de tanta dor, e implorava por uma cesárea. Onde já se viu uma menina de 17 anos levar 16 pontos em um parto normal? Ela reclamava o tempo todo de dor e tinha que sentar de lado”, afirma o tio, transtornado com a perda e com o estado da irmã, Judiciene Souza, que tem dormido a base de medicamentos desde desde a morte de Bruna. A criança, filha de Bruna, está com saúde e sob os cuidados da avó paterna, tendo em vista que pai ainda é menor de idade.
A família alega que é preciso tomar medidas cabíveis para que o que aconteceu com Bruna não se repita com outras mulheres atendidas pela unidade médica. “Vários funcionários disseram para nossa família que foi negligência médica. A gente precisa que a justiça seja feita. Não queremos dinheiro, porque isso não vai trazer Bruna de volta. Nós e a comunidade do Pina queremos justiça”. Para reivindicar esclarecimentos e contra o que aconteceu à jovem, parentes, amigos e moradores do Pina, bairro em que Bruna vivia, pretendem realizar uma manifestação em frente à Maternidade Professor Bandeira Filho, mas uma data ainda não foi estabelecida.
O bebê nasceu às 10h23 do mesmo dia, através de parto natural (fisiológico), sem complicações. A paciente permaneceu internada para rotina de assistência e teve alta médica em 13/04/2018, após evolução, também sem intercorrências.