Do JC Online

Em entrevista à Rádio Jornal nesta sexta-feira (20), o senador Cristovam Buarque (PPS) avaliou o apoio formal do bloco do Centrão ao pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB) como uma movimentação que vai na “direção certa”, capaz de evitar que candidaturas de extremo consigam chegar ao segundo turno na eleição presidencial deste ano.

“Independente do nome, poderia ser o outro candidato, mas sim, vai na direção certa de criar uma força capaz de evitar que os dois extremos que hoje estão na disputa cheguem ao segundo turno. Eu acho que foi um bom movimento nessa direção, independente de ser o Alckmin ou os outros candidatos que representariam o grupo que é responsável. Eu não gosto de chamá-lo centro, mas o grupo responsável, que vai cuidar da República com responsabilidade”, afirmou o senador, incluindo as candidaturas do senador Álvaro Dias (Podemos) e da ex-senadora Marina Silva (Rede) nesse bloco.

Os presidentes dos partidos do Centrão, DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, decidiram nessa quinta-feira (20) apoiar o tucano. A aliança deverá ser formalizada na próxima semana através nas convenções de cada uma das siglas. Como contrapartida, o bloco cobrou a indicação do empresário Josué Gomes (PR) como vice na chapa. Ele é filho do ex-vice-presidente José Alencar.

Ciro Gomes

Cristovam Buarque pondera que tal aliança não tira necessariamente as chances do pré-candidato Ciro Gomes, que também buscava uma aliança com o bloco, de chegar ao segundo turno.

“É importante esse bloco responsável, mas eu não considero o Ciro Gomes fora do páreo para chegar ao segundo turno. Eu acho que tanto ele como Bolsonaro, como o candidato que vier com o apoio do Lula. Ainda falta muito para termos uma certa tranquilidade de um candidato com senso de responsabilidade, que não promete o que não é possível”, disparou Cristovam.

Ele demonstrou preocupação sobre como o ex-governador Geraldo Alckmin poderá conciliar o seu programa de governo com as bandeiras defendidas pelo Centrão e se disse surpreso como o fato dele ter conseguido o apoio. O parlamentar citou uma notícia de que o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, tem defendido a volta do imposto sindical obrigatório. “O PSDB é contra, Alckmin é contra, como é que ele vai fazer, eu não sei. Agora, dá por essa notícia que eu vi hoje, para entender, e preocupar com cada um de nós. Ele já disse que vai encontrar um outro caminho para financiar sindicato que não seja a volta daquela contribuição obrigatória. Esse é meu medo, começa a propor outros caminhos e volta o mesmo”.