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Neste dia 21 de setembro o Coletivo Fuáh completa um ano luta e resistência contra o racismo e o machismo em Serra Talhada. Com mais conquistas e reconhecimento do que esperávamos estamos nos fortalecendo dia a dia para promover o empoderamento das mulheres negras da cidade. Como parte da programação de aniversário convidamos todos a participar de uma roda de diálogo sobre Violência Contra a Mulher Negra na Concha Acústica, neste sábado (24), às 16h. 

Por Manu Silva, militante social e repórter do Farol de Notícias

Para começo de conversa, venho por meio desta, dizer a todos vocês qual é o meu lugar como mulher e negra. O protagonismo é meu e não estou aqui no Sertão do Pajeú à toa, minha cor preta celebra minha força e meu poder de gritar. Eu sou FUÁH.

Minha luta é contra os olhares do povo que chama meu black de sujo e feio. Eles não sabem que minha cabeleira é meu reino. Enfrentando o racismo institucional de cada dia a gente se inspira para dizer que pele preta é poder. Eu sou FUÁH.

Meu empoderamento é construção difícil, cada dia encaixamos mais uma peça da resistência do povo negro. Somamos movimentos para dizer que a mulher negra não é só um corpo. Estamos no topo da representatividade. Eu sou FUÁH.

Preta e feminista com orgulho. Compartilho com as manas a ideia que somos todxs iguais. Queremos equidade, por isso nosso bonde passa na casa, no quilombo e na oca; na periferia, no sítio, na rua e no prostíbulo. Mulher preta é linda em qualquer lugar. Eu sou FUÁH.

Você coronel branco, burguês, racista e homofóbico, saiba que seu monopólio não assusta essas negras. Seus instrumentos de dominação não me embranquecem. Sua chapinha não me alisa, seus padrões não me cabem e o meu corpo não te pertence. Eu sou FUÁH.

Sou descendente de rainhas e princesas africanas, povos ricos e ancestrais. Minhas cores, músicas, danças e costumes dizem muito do continente que eu sou. Meu dread, meu cabelo trançado, meu turbante armado ou meu black power são os símbolos do meu reinado.

Eu sou FUÁH!

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