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Fotos: Farol de Notícias/Alejandro Garcia

Por Paulo César Gomes, Professor, escritor e colunista do Farol

A Profissão Esquecida dessa semana só é valorizada quando um motorista com a situação fortuita de ter um pneu furado, seja nas ruas ou nas estradas, e ainda que tenha um estepe, um borracheiro nesse momento se torna indispensável, uma espécie de “anjo da guarda” dos motoristas. Diante disso, estivemos na companhia do polivalente Alejandro Garcia, repórter fotográfico do FAROL, buscando retratar de forma simples, a vida desses nobres profissionais.

O nosso personagem mora no bairro Vila Bela e já exerceu varias profissões, no entanto, foi como borracheiro que ele conseguiu as mínimas condições de sustentar a família. “Comecei a ser borracheiro com 12 anos, apesar das dificuldades, tenho lutado para criar o meu filho”, relata Magno Alves, de 28 anos, que trabalha em uma borracharia localizada nas proximidades do açude Borborema, periferia de Serra Talhada.

Magno trabalha em média 12 horas por dia, de domingo a domingo, “saio de 6h da manhã de casa e só voltou depois das 6h da noite se não tiver clientes na borracharia”. O borracheiro não sabe especificar quanto ganha em média por mês, já que fatura 50% por cento em cima do serviço prestado, o restante vai para o proprietário do ponto. “As vezes dar pra tira alguma coisa perto de um salário mínimo, outras vezes a coisa fica feia por dias sem serviço”, detalha Alves.

SEM RECONHECIMENTO

Apesar da crise financeira que aflige o país o setor não foi afetado, mesmo assim, a importância social dada aos profissionais ainda é pouco. Segundo Magno Alves,  a cada dez clientes, dois ou três demonstram reconhecimento pela importância da profissão. Essa desvalorização reflete-se na baixa estima de alguns borracheiros.

“Tem alguns colegas que têm vergonha de dizerem que são borracheiros, isso acontece porque a profissão não é valorizada. Muitas vezes a gente quer comprar a prazo nas lojas, mas fica sem fazer as compra porque ser borracheiro não dar o direito de ter crédito nas lojas”, desabafa o borracheiro. Magno Alves concluiu a entrevista ressaltando a sua profissão, ainda que seja só reconhecida quando as pessoas precisam, “já tirei muito motorista do prego e vi a felicidade dele e de sua família, por isso tenho muito orgulho do que faço e da minha profissão”.

Um forte abraço e até a próxima!

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