Estamos num período especial da humanidade, quando celebramos a vida, morte e ressurreição de Jesus  Cristo. Um dos grandes profetas de natureza divina e humana, que nos deixou toda uma cartilha para  nos tornamos um ser humano pleno. Por essência, generoso e solidário. O viés destas mal tecladas linhas não é nada religioso. Até porque não sou praticante de qualquer religião, mesmo tendo nascido em berço Católico Romano.
 

Pois bem. Venho dividir com vocês algumas lembranças da minha infãncia com relação aos espetáculos da  Paixão de Cristo em  Serra Talhada.  Bons tempos àqueles que, mesmo sem dinheiro, fazíamos arte. Fui um destes atores que representou sem receber nada em troca. Muita gente da minha geração acompanhou a encenação dos espetáculos da Paixão ainda no Centro Esportivo Luiza Kerhle. Hoje, um mero retrato do abandono e do descaso administrativo. Posteriormente, a peça cresceu e por isso foi transferida para o Estádio Pereirão. Tempos depois, tudo sucumbiu por falta de apoio do poder público. Aliás, esta é uma prática muita corriqueira em Serra Talhada.
 
A minha primeira lembrança envolve o meu avô, o saudoso Augusto José Duarte. Homem de fibra, temente a Deus e comerciante honesto. Coisa difícil no mundo de hoje. O fato que vos conto ocorreu ainda no Luiza Kerhle durante a cena da chegada triunfal de  Cristo em Jerusalém. Pois bem, meu avô era um dos apóstolos. Todos  davam vivas a Jesus com ramos e palhas de coqueiro. Mas, diferente de todos, Seu Augusto acenava com um lencinho branco na maior tranquilidade. Na arquibancada a torcida gritava: “Seu Augusto, tira o lenço. Tira o lenço”. Tranquilo, vovô achava que estava abafando e, sorridente, acenava de volta para a plateia. Por causa disso, ouvia-se risos ecoando de canto a canto.
 
AI MEUS “OVO”

Outra passagem marcante envolveu um homem chamado Luiz Alfaiate (também falecido) que, numas das peças da Paixão de Cristo em Serra Talhada,  representou o bom ladrão. Antes do suspiro final de Jesus Cristo, Luiz Alfaiate tinha que proferir a seguinte fala: “lembre-se de mim ao chegar no paraíso”. O problema nisso tudo foi que enfiaram a cruz que pendurava o bom ladrão dentro de um formigueiro (o espetáculo era no Pereirão) e as formigas começaram a representar antes mesmo do ator principal. Enquanto “Jesus Cristo” agonizava, Luiz Alfaiate se contorcia agoniado. Pense num malabarismo. Quando chegou a vez do “Bom ladrão” falar, ele gritou: “Um mói de formiga-preta tá entrando nos  meus “ovos”. Me acudam, por Nosso  Senhor Jesus Cristo”. Foi um grande espetáculo e Luiz Alfaiate foi ovacionado por todos. Principalmente, pela expressão corporal em cima do madeiro. Ele, humilde, revelava: “Tudo é questão de técnica”. O caso eu conto como o caso foi.
 
PÁSCOA E PROMOÇÃO

Mudo  radicalmente de assunto para não deixar o clima da Páscoa cair no esquecimento. Nada haver com os reclames do capitalismo. Pois bem. Estamos quase chegando ao comentário de NÚMERO 300. Isto, em apenas 2 meses. Muito obrigado a todos. E a promoção é a seguinte: O  leitor que fizer o comentário 300 ganhará do FAROL DE NOTICIAS o livro autografado “Eu, Chico Preá e Nossas Histórias”, além de uma caixa de chocolates. Nâo é  muito, mas vocês são testemunhas que ainda estamos “patinando” no quesito publicidade. Então, lançamos esta ideia. A sorte está lançada! Aproveitem para enviar mensagens de Feliz Páscoa  aos amigos do FAROL. Em breve, revelaremos o vencedor. Falta muito pouco.
 
                                        Feliz Páscoa amigos e amigas !