Samar, que trabalhava no Ministério das Finanças sírio, com suas filhas em um abrigo

Uma mulher síria que se juntou ao fluxo de migrantes para a Alemanha foi obrigada a pagar as dívidas do marido aos contrabandistas oferecendo sexo ao longo do caminho. Outra foi espancada por um guarda de prisão húngaro até ficar inconsciente, depois de recusar seus avanços.

Uma terceira, ex-maquiadora, vestiu-se de homem e parou de tomar banho para afastar os homens do seu grupo de refugiados. Agora, num abrigo de emergência em Berlim, ela ainda dorme de roupa e, como muitas mulheres aqui, empurra um armário para a frente da porta à noite.

“Não tem trinco nem chave, nem nada”, disse Esraa al-Horani, a maquiadora, e uma das poucas mulheres aqui que não têm medo de dizer seu nome. Horani diz que tem tido sorte: “eu fui espancada e roubada”.

Uma mulher síria que se juntou ao fluxo de migrantes para a Alemanha foi obrigada a pagar as dívidas do marido aos contrabandistas oferecendo sexo ao longo do caminho. Outra foi espancada por um guarda de prisão húngaro até ficar inconsciente, depois de recusar seus avanços.Uma terceira, ex-maquiadora, vestiu-se de homem e parou de tomar banho para afastar os homens do seu grupo de refugiados. Agora, num abrigo de emergência em Berlim, ela ainda dorme de roupa e, como muitas mulheres aqui, empurra um armário para a frente da porta à noite.

“Não tem trinco nem chave, nem nada”, disse Esraa al-Horani, a maquiadora, e uma das poucas mulheres aqui que não têm medo de dizer seu nome. Horani diz que tem tido sorte: “eu fui espancada e roubada”.

 

Djamila Grossman/The New York Times

Esraa al-Horani se vestiu de homem e parou de tomar banho para afugentar os homens

A guerra e a violência em seu país de origem, contrabandistas exploradores e mares perigosos ao longo do caminho, uma recepção e um futuro incertos em um continente estrangeiro –estes são alguns dos riscos enfrentados pelas dezenas de milhares de imigrantes que continuam a chegar à Europa, vindos do Oriente Médio e outros lugares. Mas a cada passo do caminho, os perigos são ainda maiores para as mulheres.

Entrevistas com dezenas de imigrantes, assistentes sociais e psicólogos que cuidam de recém-chegados traumatizados em toda a Alemanha sugerem que a migração em massa atual tem sido acompanhada por uma onda de violência contra as mulheres. De casamentos forçados e tráfico sexual até a violência doméstica, as mulheres relatam casos de violência por parte de outros refugiados, contrabandistas, familiares do sexo masculino e até de policiais europeus. Não existem estatísticas confiáveis sobre o abuso sexual e de outros tipos contra as mulheres refugiadas.

Mais de um milhão de imigrantes entraram na Europa no ano passado, fugindo da guerra e da pobreza no Oriente Médio e outros lugares. Entre eles, os homens superam as mulheres em mais de três para um, segundo estatísticas da ONU. “Os homens dominam, numericamente e de outras formas”, diz Heike Rabe, especialista em gênero para o Instituto Alemão de Direitos Humanos.