eugenioPor Eugênio Marinho, empresário de Serra Talhada

Civilização, a melhor combinação das características comportamentais do Estado, da Sociedade que este representa e da forma deste gerir os Recursos Públicos. Todas as democracias ao redor do mundo são o resultado da interdependência destes três fatores, e as diversas possibilidades em que eles se apresentam nelas determinam a realidade de cada nação em que estão presentes.

Infelizmente, no Brasil temos um Estado, grande, caro, corrupto e ineficiente. Temos ainda um volume de Recursos Públicos que se não é suficiente para atender as demandas, é, com certeza, muito mal gerido, entregando portanto a sociedade bem menos do que seria possível se fosse corretamente administrado e se a certeza da impunidade não existisse.

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Pesquisas internacionais mostram ainda que a nossa democracia no quesito que mede a liberdade de escolha que temos para elegermos nossos representante tem valores idênticos as melhores democracias do mundo, 9.5, enquanto que os valores que medem a participação da nossa sociedade na vigilância e cobrança das ações destes mesmos representantes são semelhantes aos das piores democracias, 4.2.

É no abismo entre estes dois números que se encontram as razões maiores de todas as nossas mazelas. Votar num deputado e poucos dias depois não se lembrar nem do seu nome, são evidências incontestáveis desta nossa realidade. Esta nossa despreocupação com o coletivo, que tanto nos afeta individualmente, faz com que pobres e ricos, cultos e ignorantes, toda a sociedade, seja refém de uma realidade coletiva indesejável e que tanto afeta negativamente a qualidade de vida de cada um e de todos.

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Somos como, os mais variados integrantes individuais da sociedade, autores de histórias de vida muito diversas, algumas inspiradoras, enquanto como brasileiros, autores de uma mesma história coletiva, uma história que nos faz inseguros de nossa integridade quanto ao simples direito de ir e vir, insatisfeitos com a realidade coletiva que vivemos, menos orgulhosos do que deveríamos ser do nosso país e iludidos com a perspectiva que surgirá alguém, que sozinho, irá cumprir a missão que é de todos nós.

Enquanto não entendermos que: “Somos o que somos, porque somos todos nós”, viveremos esta mesma realidade que nos faz sentirmo-nos tão inseguros quanto ao nosso futuro. Alguns brasileiros, lutando para ser autores de suas lindas histórias individuais, muitas vezes negligenciam a luta pelos aspectos coletivos. Agindo assim, nos tornamos brasileiros bem sucedidos e brasileiros miseráveis, todos, apenas brasileiros, de um Brasil que não agrada plenamente a ninguém.