lesbicasPor Larissa Keila Ferreira Canel, de Serra Talhada

O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica surge em 1996, no primeiro SENALE – Seminário de Lésbicas do Brasil, um momento que representa a maior organização das mulheres lésbicas lutando por pautas específicas a estas. A partir de então, passa a ser uma data lembrada como um marco muito importante para mulheres lésbicas e bissexuais, assim como, para o movimento LGBT. No entanto, por que se falar em visibilidade? A palavra visibilidade é utilizada, no sentido de que, nós mulheres temos a nossa sexualidade diariamente invisibilizada, e, quando lésbicas e bissexuais, além da invisibilização, temos nossa sexualidade fetichizada, e discriminadas.

Ao falarmos em visibilidade, nos referimos e buscamos problematizar a uma estrutura patriarcal, heteronormativa, misógina, falocêntrica (centralizada no falo), sexista, machista, racista, gordofóbica, lesbofóbica responsável por invisibilizar o amor entre duas mulheres, responsável também por tornar o corpo da mulher um objeto de uso a serviço do prazer do homem, como também, um fetiche diante de olhos masculinos heterossexuais, no que se trata a mulheres lésbicas e bissexuais. Estrutura esta que inviabiliza a autonomia das mulheres sobre os seus corpos e inferioriza sua sexualidade, e quando não, as hipersexualiza, no tocante as mulheres negras.

Atualmente, vemos os meios de comunicação mostrando, de um forma ou de outra,mulheres se beijando (ainda que um beijo sem graça e de forma nem um pouco sexualizada, a meu ver), como vimos na última novela das 9. Contudo, e infelizmente, ainda há lésbicas sofrendo estupros corretivos, sendo mortas, há lesbofobia dentro dos ambientes de trabalho, universidades, escolas, e principalmente, em âmbitos domésticos, nas famílias; situações que são mais proeminente se atreladas/ acrescentadas (a)o racismo que mulheres negras e lésbicas vivenciam.

Por isso, o dia 29 de agosto deve ser lembrado, refletido, pois a nossa luta é por mais espaços na sociedade, nos quais possamos colocar nossas especificidades, enquanto mulheres lésbicas, bissexuais, negras, queremos mais políticas de saúde voltadas e pensadas para mulheres lésbicas, que não tenham como parâmetro o aparato masculino, e que sejam pensadas para os nosso corpos,para nossa proteção e para NÓS, por mais políticas públicas, por mais direitos, que visem combater a truculenta invisibilidade e indiferença a que somos sujeitas diariamente.

A quem possa interessar alguns dados e estatísticas:http://blogueirasfeministas.com/2014/08/sos-lesbofobia/