praça sergio

Por Adelmo dos Santos, escritor e poeta de Serra Talhada/ vista da Praça Sérgio Magalhães, ainda com o casario preservado

Na praça Dr. Sérgio Magalhães onde fica o “Banco do Nordeste”, era o grupo escolar Cornélio Soares. Em 1978 o prefeito Hildo Pereira acabou com a escola e vendeu o prédio ao Banco. O prefeito achou pouco a besteira que fez e ainda isentou o banco de pagar qualquer tipo de imposto, decretando uma nova lei. A escola se perdeu na ganância do progresso. Hoje ninguém fala da escola e ninguém lembra do resto. O Colégio só existe pelos álbuns de lembranças e na memória das crianças que puderam registrar.

Quem estudou na escola e ficou a ver navios se pergunta toda hora, que fim levou a escola CornélioSoares e como ela estaria se existisse agora. Era um colégio bacana que movimentava a praça em um cenário de glória, com os alunos chegando, trazendo livros e cadernos para estudar. Tinha muitas emoções como alegrias e tristezas nos arquivos e boletins, escrivaninhas e cadeiras. O prefeito Hildo Pereira trocou a escola por um Banco, uma instituição de ensino por uma financeira. Esqueceu que o ensino é uma coisa sagrada decretando o fim da escola que ficava ali na praça.

Trocaram o “quadro negro” que trazia esperança por um quadro de tarifas, juros altos e cobranças. No “quadro negro” existia ensino e redação. Agora só tem faturas, seguros e vendas casadas explorando o cidadão. Era uma escola bacana que dava para o estudante uma grande esperança de poder ser alguém na vida, mas se perdeu numa cidade que não preserva a memória, não cuida do patrimônio e despreza a própria história. Acabaram com a escola, uma casa do saber, que ninguém tira ou rouba. Onde o ensino é sagrado promovendo o conhecer.

O maior dos prejuízos não está na estrutura com tijolos e cimento, foi um tesouro invisível em forma de conhecimentos. Um patrimônio impessoal que com a vinda do banco ficou perdido no tempo, deixando tudo pra trás. Será que Serra Talhada não tinha outro local para instalar o banco? A escola foi vendida por 600 mil cruzeiros, será que a prefeitura usou bem esse dinheiro? E a grana dos impostos que deixou de arrecadar? Em pouco tempo a escola que o prefeito vendeu, ficou de graça pro banco que isento de imposto foi o único que ganhou e a prefeitura perdeu.

Para o povo da cidade foi um grande “Ouro de Tolo” trazido pelo progresso, acabou ganhando um Banco, mas perdeu uma Escola sendo vítima do regresso.