padre custódioPor Padre Custódio Sá, de Serra Talhada

Morte: Faz parte de nossa condição humana; é um momento de síntese da vida em que a paz se aproxima e é uma característica da crença da eternidade. Num sentido dualista, define-se a morte como a separação da alma e do corpo. Na verdade, é o ser humano inteiro que morre; enquanto o corpo volta ao pó, a alma vai ao encontro de Deus, na espera de se unir novamente ao corpo glorificado. É o caminho de todos.

“Ainda que eu ande pelo vale das sombras e da morte não temerei mal algum porque tu estás comigo” (SL 23). É preciso pensar naquela parte do ser humano que continua a existir depois da morte e desce à mansão dos mortos. Vemos novo conceito de natureza humana, composta de um elemento material (corpo) e um espiritual (alma). A morte é justamente a separação desses dois elementos. SL3 fala sobre a sobrevivência da alma fora do corpo que diverge muito da antiga antropologia hebraica. Mas devemos pensar que a morte é exclusivamente de ordem corporal e também do aspecto teológico, o fim da atividade religiosa do ser humano.

“Se me deito no abismo, ai te encontro”. A morte não é o fim de toda atividade humana, mas também é sobretudo, ser rejeitado por Deus, como castigo por pecados pessoais. Como justificar a morte de inocentes? Teria um sentido? A verdade, só Deus tem o domínio da morte. Se o homem, então, é justo pode ter a esperança de que ele o escute e não o abandone. A vida não diz respeito à parte física, mas é o compêndio de todos os bens e bençãos que o justo merece pela sua virtude, a começar pelo amor a Deus. No entanto, o homem não foi abandonado por Deus, ele o chama e anuncia de modo misterioso a vitória sobre o mal.

“Mas nos contentamos quando Jesus diz não se perturbe o coração de vocês” (Jo. 14, 1-2). Pois, queridos irmãos e irmãs, Deus nos chama a vida eterna. A vida é preciosa, frágil, sagrada de ponta a ponta da bíblia um profundo sentido da vida em todas as suas formas e o sentido puro de Deus nos revela ser essa mesma vida, buscada pelo homem com uma esperança incansável, um dom sagrado no qual o criador faz luzir sem mistério e sem generosidade.