2 carros-bomba explodem e 57 guardas viram reféns em prisões

Foto: Rodrigo Buendia/AFP

Por Metrópoles

A busca por armas e as transferências em prisões do Equador pode ter sido o motivo para uma série de atentados e rebeliões. Na quarta (30/8) e na quinta-feira (31/8), dois carros-bomba explodiram em Quito, com o objetivo de atingir autoridades do sistema penitenciário do país, o Snai. Nesta sexta (1º/9), mais de 50 guardas prisionais e sete policiais viraram reféns em presídios.

Os atentados não deixaram ninguém ferido e seis pessoas acabaram presas logo em seguida. Uma das bombas tinha como alvo um prédio que já foi usado pelo Snai, enquanto a outra foi colocada em frente à sede da agência. Foi a primeira vez que isso acontece na capital do país.

Os 50 guardas prisionais e sete policiais são reféns em seis prisões do país. O ministro da Segurança, Wagner Bravo, disse à rádio Fmundo que várias pessoas transferidas eram suspeitas do assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à Presidência morto em agosto.

O ministro do Interior do Equador, Juan Zapata, afirmou que o governo está tomando medidas, mas sem entrar em detalhes. “Estamos preocupados com a segurança dos nossos funcionários”, limitou-se a dizer. Enquanto isso, explosões de granadas foram ouvidas pela capital equatoriana entre a noite de quinta e a madrugada de sexta, confirmou o prefeito de Quito, Pabel Muñoz.

O diretor-geral de Investigações da Polícia Nacional, general Pablo Ramírez, afirmou que o motivo dos ataques registrados está na busca de armas e transferências realizadas em prisões do país. Segundo ele, as ações coincidem com as buscas na prisão de Cotopaxi e o motim em Turi, duas prisões lideradas pela gangue Los Lobos. Luis Alfredo Arboleda, vulgo Gordo Luis, líder dos Lobos, foi transferido para a prisão de segurança máxima La Roca, em Guayas.

Gangues do tráfico crescem no Equador

O Equador enfrenta o aumento da violência ligada a gangues de tráfico de drogas. A reação judicial e policial encheu prisões por todo o país, sem condições mínimas, e fizeram com que centenas de presos morressem nos últimos anos.

Na quarta-feira, as forças de segurança equatorianas fizeram uma busca por armas e explosivos na prisão de Cotopaxi, na cidade de Latacunga, no sul, como parte dos esforços para prevenir mais violência.

“As medidas que tomamos, especialmente no sistema prisional, geraram reações violentas de organizações criminosas que procuram intimidar o Estado”, disse o presidente do Equador, Guillermo Lasso. “Mas estamos firmes e não vamos voltar atrás no objetivo de capturar criminosos perigosos, desmantelar quadrilhas criminosas e pacificar as prisões do país”.

A violência também chegou à política. O candidato à Presidência Fernando Villavicencio foi morto a tiros no dia 9 de agosto. O Equador faz o segundo turno para o cargo máximo do país no próximo dia 15 de outubro.