Publicado às 05h27 deste sábado (30)

Por Adelmo Santos, Poeta e escritor, ex-presidente da Academia Serra-talhdense de Letras (ASL)

Na Estação Ferroviária de Serra Talhada o trem era a atração, carregava os passageiros para o estado inteiro, da capital pro sertão. A plataforma lotava, com o povo esperando o trem que todo dia atrasava. Tinha o trem de passageiros, também tinha o trem de cargas, de Recife à Salgueiro todo dia eles passavam.

Era gente que partia, era gente que chegava, era ponto de encontro a Estação Ferroviária. Tinha gente que chegava procurando uma paixão, e muitas vezes encontrava na saída de um vagão, uma nova namorada pra sair da solidão. Quando o apito do trem avisava que chegara, era aquele corre e corre, cada um com a sua mala.

Os vendedores ambulantes movimentava a economia, café com bolo de caco e tapioca, eram o que eles mais vendiam. Hoje não tem alegria na estação ferroviária, não existe mais o trem, não tem mais a correria, do trem só restou saudades e uma estação solitária. Não tem mais o vai e vem do embarque e desembarque, ficou triste e sem graça, sem o apito do trem, sem a Maria Fumaça. O trem partiu para sempre numa viagem sem volta. A estação perdeu o trem e acabou fechando as portas, não viaja mais ninguém.