lulaMesmo sem saber se conseguirá virar ministro da Casa Civil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já atua nos bastidores como articulador político do governo. A prioridade de Lula é segurar o PMDB na equipe, mas há também uma estratégia para impedir a debandada de partidos menores, pois o Palácio do Planalto foi informado de que existem aliados dispostos a trair a presidente Dilma Rousseff na Comissão Especial do impeachment, instalada na Câmara.

Em jantar realizado nesta segunda-feira, 21, no Palácio da Alvorada, Dilma e Lula conversaram sobre o PMDB e acertaram uma ofensiva para convencer os parlamentares indecisos, uma vez que, pela contabilidade oficial, o governo tem hoje 33 dos 65 votos da comissão, um placar muito apertado. Distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões, além de emendas parlamentares, está no cardápio das alternativas para enfrentar a crise.

Lula também vai se encontrar hoje com o vice-presidente Michel Temer, que comanda o PMDB. O ex-presidente acha que Dilma errou ao deixar Temer isolado e tenta uma aproximação para que ele ganhe protagonismo no governo, mas boa parte do PMDB define a iniciativa como “tardia”.

No quarto andar do Planalto, o gabinete da Casa Civil – até a semana passada ocupado por Jaques Wagner – foi todo esvaziado ontem para receber Lula, embora ninguém saiba se ele efetivamente ocupará a pasta.

Do Correio Brasiliense