Publicado às 05h30 desta terça-feira (26)
Por Jorge Apolônio, Policial Federal e membro da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)
Quem conhece Luciano Duque sabe que ele nunca foi PT. Mas ninguém pode acusá-lo de infidelidade a este partido. Durante os anos em que foi filiado, desempenhou o papel de prefeito de Serra Talhada com competência considerável por dois mandatos e honrou a estrela petista. Pode-se dizer que foi quem mais abrilhantou o partido em Serra Talhada em toda a história partidária. Mais até que o falecido deputado Manoel Santos.
Luciano desenvolveu com Mariília Arraes uma sólida parceria que somou uma razoável quantidade de votos para ela. A empatia entre ambos levou-o a acompanhá-la no divorcio dela com o PT. A agremiação nunca engoliu Marília. Tolerou-a enquanto pôde porque ela tem nome, tem votos e tem vínculo com Lula.
A perseguição implacável de Humberto Costa e a subserviência dele ao PSB impediam que Marília alçasse voos mais altos no PT. É fato que, assim como Luciano, ela também não era PT. Humberto e mesmo os medianamente entendidos de política sabiam disso. Para se manter ali, ela engoliu sapos de mais até que vomitou seu asco e abandonou a turma — que não era mesmo dela.
Assim como os dois citados acima, Márcia Conrado também não é PT. Está ali por causa de Luciano Duque e da conveniência política, claro, até a próxima eleição municipal. Não é petista, mas demonstrou coerência e fidelidade na hora em que o partido precisou. O PT (Humberto Costa) é que fez a escolha errada, insistindo na barca furada do PSB, partido desgastado depois de oito anos de atuação desastrosa de Paulo Câamara. Márcia foi lá e apostou na derrota anunciada de Danilo Cabral. Mostra ela que não é fiel só na saúde e na alegria, mas na doença e na tristeza também. E não apostou só, chamou à responsabilidade e à solidariedade do compromisso todos aqueles que se dizem estar com ela na gestão municipal. É que há gente dela já vendo antecipadamente a derrota e, por isso mesmo, pensando e refugar a candidatura de Danilo.
Apesar de terem bifurcado o caminho, Luciano e Márcia aparentam harmonia entre ambos. Até quando, não se sabe. Pode ser que tenham feito um pacto de colocarem um pé em cada canoa. Se uma afundar, restará a outra. Há algo estratégico aí. Luciano não é bobo, nem Márcia, apesar de neófita em mandato.
Sabe-se que Márcia não tem votos para se eleger prefeita. Pode até conquistá-los se fizer uma gestão competente, mas ali está graças aos votos de Luciano. Se nem Marília nem Danilo forem eleitos, tudo ficará bem para Márcia e Luciano se este for eleito. Agora, caso ele não seja… huuuuuuummmm… como ficará a cobiça pela cadeira de prefeito(a) no pleito de 2024? Quem viver chorará.
48 comentários em A disputa Marília/Danilo e Luciano/Márcia em ST