A violência política e um banho de sangue no Brasil

Publicado às 05h25 desta quarta-feira (5)

Por Manu Silva, repórter do Farol de Notícias

Esse texto não é sobre candidato A ou B. É sobre a forma como estamos lidando com as eleições deste ano. A violência política tem se feito presente no país de uma forma assustadora e perigosa, inclusive, para se posicionar. O direito a cidadania do voto não deveria assustar o eleitor, ou dar-lhe a falsa sensação de poder sobre a vida do outro, ou ainda, que por divergências políticas alguém deve atacar e ferir um adversário. Não estamos em guerra, o embate é ideológico.

As nossas escolhas políticas não deveriam ser feitas a partir de premissas emocionais. Nossos representantes governamentais não deveriam ser eleitos a partir apenas de nossas paixões. Não se escolhe projeto político por simpatizar com candidato A ou B.

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Essa decisão muda toda a forma como acessamos nossos direitos e deveres, precisa ser tomada de forma racional e consciente do que causa a sua comunidade local e global. Talvez, ingenuamente, eu acredite em liberdade. Digo isso porque todas as estruturas sociais de alguma forma nos regulam, mas a nível pessoal. O debate de opiniões deveria ser passível de respeito e compreensão.

Amigos de infância se esfaqueando por estarem em lados contrários da urna? Defensores de partido A ou B matando uns aos outros em defesa de candidato ao Executivo desse país? Na história da humanidade essas violências não são novidade, muitas guerras foram travadas em nome de dinheiro e poder, muitas vezes camufladas no discurso da moralidade e da religiosidade.

No entanto, essa batalha ideológica banhada no sangue dos trabalhadores está cada vez mais íntima e próxima das individualidades. Lamento responsabilizar, mas falta da política nas escolas está formando ignorantes. E a conta não cai só para os profissionais da educação, mas sobretudo a quem regulamenta a escola e nega esse direito ao cidadão.

O respeito ao espaço do outro, a posição política, assim como quaisquer outras questões de foro coletivo e individual deveria ser mantido. A violência política precisa ser combatida por aqueles que querem nos governar, e infelizmente, ninguém está vendo isso. Lamentável, candidatos. Não deem seu sangue por eles. Analisem propostas, votem consciente e cobrem a garantia de direitos de todos de forma legítima e equânime. A violência política é consequência de anos de estímulo ao ódio. Votem pela vida!