Família sofre após morte em ST e cobra respostas

Foto: Farol de Notícias/Vilma Lopes

Publicado às 05h15 desta quinta-feira (6)

Mais uma denúncia do Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam) chegou à redação do Farol de Notícias nesta quarta-feira (05), desta vez, sobre uma declaração de óbito preenchida como “Morte de causa indeterminada”. Aderval da Silva Araújo, 51 anos, morador do Sítio Pocinhos, zona rural de Serra Talhada, contou que a irmã dele, Marcilene da Silva Araújo, de 40 anos, deu entrada no hospital nessa segunda-feira (03), vindo a óbito no local. Ela deixa dois filhos. 

A família pede apenas que a causa da morte seja revelada, pois por duas vezes foram ao Hospam em busca de respostas, durante o velório que aconteceu nesta terça-feira (04), no Alto Bom Jesus, quando perceberam que não havia sido declarada; e nesta quarta-feira (05), por volta do meio dia, não tiveram respostas pela segunda vez. 

“Segunda-feira à noite, ela procurou o Hospam sentindo dor e com muito sangramento. A gente não quer prejudicar o Hospam, não quer prejudicar ninguém. A gente quer saber a causa da morte, porque não foi colocada no laudo, porque o pessoal procura, os parentes que moram fora, os filhos procuram e a gente não sabe explicar a causa da morte, a gente também quer saber, porque não existe morte sem causa. Eu não quero nada além da causa da morte da  minha irmã. Quero que o Hospam me atenda, se não puder chegar ao diretor, mas me encaminhem para ele. O porteiro falou para mim assim: ‘Você não sabe que o pequeno tem que ser encaminhado pelo grande?’, e eu falei assim: ‘O pequeno no meio do grande pode ser que seja pisado”, disse Aderval da Silva, acrescentando:

“Antes do enterro, fomos ao hospital porque se tivesse algum problema dava tempo corrigir, mas não teve quem atendesse a gente. Quando a gente estava velando o corpo, foi dado fé que a causa estava como ‘morte indeterminada’. Essa morte não existe, eu nunca ouvi falar nesse tipo de morte. Se tem alguma doença com nome de ‘indeterminada’, eu também não sei, mas a direção do hospital deve saber. Se precisasse de uma perícia em Caruaru, o hospital teria que encaminhar. Eu não tenho leitura, sou analfabeto, mas eu sei onde colocar o meu pé. Eu não estou pedindo nada de mais, eu estou pedindo só a causa da morte da minha irmã, porque nós estamos sofrendo, é um sofrimento muito grande ver uma mulher na idade dela. Não que o hospital tenha nada a ver, mas eu quero saber a causa da morte”.  

O OUTRO LADO

Nesta quarta-feira (05), o Farol de Notícias tentou contato com a Secretaria de Saúde do estado por meio de e-mail, mas até o fechamento desta edição não obtivemos respostas.