EDITORIAL: Mesmo com 3 "rainhas da Inglaterra", ST virou senzala no EstadoO assassinato brutal do protético Paulo Marcos de Lima, ocorrido em Serra Talhada na última terça-feira (24), chocou a sociedade local e mostrou a nossa fragilidade e incapacidade de reação. Foi difícil, e muito pior para os familiares e amigos, vendo um crime bárbaro se transformar num grande picadeiro de horrores. O corpo da vítima ficou por cerca de 10 horas na cena do crime. Estático, amordaçado e exposto dentro da sua própria casa, até a chegada dos peritos do Instituto Médico Legal (IML) de Caruaru.

Do lado de fora, em desespero, mãe e parentes que não podiam sequer entrar na casa. Acarinhar o corpo inerte e chorar suas dores. Uma cena triste que nos leva a uma profunda reflexão político-social, ou mesmo refletir em cima dos comentários disparados por amigos: Se fosse um filho da elite teria o mesmo tratamento?

Mas a inoperância dos nossos políticos patrocinam este comportamento. Temos três deputados na Assembléia Lgislativa de Pernambuco (Alepe)  que mais parecem “rainhas da Inglaterra”. São figuras decorativas, sem poder de pressão ou sem força de cobrança. Na prática, funcionam como correia de transmissão para as vontades do governador Eduardo Campos e dos seus delírios.

Nenhum dos três foi capaz de utilizar este episódio como exemplo e dar um ultimato ao Governo do Estado cobrando um IML para Serra Talhada. São três omissos. Sebastião Oliveira ainda ingressou com um requerimento sobre o assunto mas não passou disso. E não me venham com este discurso fácil de que o governador já trouxe isso e aquilo para Serra Talhada. Não interessa. É tudo muito pouco para as necessidades da cidade e do seu povo.

Ná prática, nos transformamos na senzala do Governo do Estado e as cidades de Salgueiro, Afogados da Ingazeira e Carnaíba se transformaram numa espécie de “Casa Grande”. O Estado ainda faz política miúda com Serra Talhada.  Entretanto, o prefeito Luciano Duque (PT) também tem a sua parcela de culpa nesta história. Não se pode calar e nem se omitir num momento como este. O prefeito precisa exercer a sua prerrogativa e ter coragem de ir para o embate com o governador Eduardo Campos. Chega de tanta subserviência!

Por fim, peço aos leitores que tenham uma atitude proativa. Ao invés de ficarmos aqui dizendo que fulano é babão de sicrano ou descendo a ripa neste humilde cronista – sei que isto vai acontecer – entupam as caixas de emails dos três deputados que representam Serra Talhada e dêem um único grito: IML JÁ! Este é um momento de rebeldia cívica. Tenho dito.