Comentando sobre o pedido de demissão do secretário Israel Silveira, da pasta da Educação, o prefeito Luciano Duque (PT) revelou que o técnico lhe causou problemas de ordem política. Segundo o gestor, foi dado a Silveira total poder para indicar cargos e montar uma equipe técnica preparada. Mas isso teria prejudicado as indicações políticas e causado transtorno para o petista. Falando à emissora de Rádio A Voz do Sertão AM, nesta quinta-feira (4), Duque negou ainda que o governo esteja em crise por conta da saída do terceiro secretário em apenas seis meses de governo. E fez questão de afirmar que “é o prefeito eleito com uma missão que Deus me deu”, e por isso, é quem dá as cartas na gestão.
“Pois quem foi eleito prefeito fui eu, – Deus me deu essa missão – e eu tenho que interferir na gestão das pastas. Porque se não fosse assim, se quer ser gestor, então que se candidate também. E aí ele pode fazer aquilo que acha que deve. Essa história de ficar postando, como eu li no FAROL DE NOTÍCIAS, dizendo que o governo está em crise por conta da saída de alguns secretários, eu respeito. Com Israel, houve um conflito dentro do governo. Eu respeito muito o trabalho dele, mas ele achou que não dava mais pra governar junto. O poder se delega, porém é preciso ter acompanhamento”, disparou Luciano Duque.
O prefeito defendeu ainda que “se um prefeito não tiver conhecimento sobre tudo o que se passa dentro de uma gestão, aí não é fácil para o gestor governar”. E admitiu que houve interferência direta na gestão de Israel Silveira, o que teria provocado a sua saída. “É preciso monitorar a gestão. Se isso significa ingerência, peço desculpas”, reconheceu Duque. Comentando sobre a opinião do ex-secretário de que faltou “confiança e respeito” com o seu trabalho, Luciano foi taxativo afirmando que chegou a ser alvo de várias críticas por ter confiado no modelo de gestão aplicado por Silveira na Secretaria de Educação.
“Israel indicou todos os cargos daquela Secretaria (de Educação). Inclusive me causando problemas de ordem política, pois tiveram pessoas que não ficaram satisfeitas comigo. E eu banquei, contra a vontade dos políticos, todas as indicações do secretário. E ele sabe disso, e isso mostra que tive respeito e confiança. A educação deu uma melhorada com ele, mas esperamos que o novo gestor venha com o mesmo ímpeto e a mesma vontade”, resumiu Duque, sinalizando que teria dado poder demais para o ex-secretário.
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