saudade1[1]Eis que chegamos ao último domingo de abril e os ventos já anunciam a chegada de maio. Para muitos, o mês das noivas, das mães e dos trabalhadores. Para mim, um mês de muitas lembranças que divido com vocês, neste divã coletivo que é o nosso FAROL.

Ainda guardo memórias do mês mariano no calendário católico. “O inferno  treme quando se festeja, o inferno treme quando se festeja”. Era um refrão de um hino de louvor entoado na Igreja do Rosário e que me deixava apavorado. Como esquecer dos sermões do padre Afonso Carvalho, do sorriso de ‘Pandula’- albina católica e fiel que em breve iremos homenagear, as brincadeiras de catuca logo após a novena, enfim… saudades.

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Neste final de abril também tenho lembranças de alguns trabalhadores que fizeram parte do meu cotidiano. Como não lembrar do sorriso do Expedito Carteiro em plena labuta de sol a sol. Seu João da Tapioca que não cansava de gritar que ela ( a tapioca ) estava “quente, quente, quente”.

Tião engraxate que quase todos os domingos sentava na calçada da minha casa para engraxar sapatos a domicílio.  A figura do funileiro, do vendedor de óleo e pra mim, o símbolo de todos os trabalhadores: Antonio Ferro Velho, ou simplesmente ‘ferro velho’ ou ‘ferrim’. Um chapeado pau pra toda obra que vivia carregando e descarregando mercadorias pela cidade.

Hoje, ‘Ferrim’ está aposentado e doente. Mas ainda guarda um sorriso estampado no rosto. E como não lembrar das mães? para não cometer injustiças e deixar pra vocês esta tarefa, cito apenas a doce imagem da professora Francisquinha Godoy, mãe símbolo de Serra Talhada.

Alguém já disse que quem não se alimenta do passado é porque não teve boas lembranças. Eu ainda guardo muitas do mês de maio e meu baú não cansa em brotar recordações. Um domingo de paz para todos e que venha o doce mês de maio.