Foto: Arquivo Farol

Publicado às 06h desta sexta-feira (1)

No dia 24 de setembro a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, na companhia do deputado federal, Fernando Monteiro, assinou ordem de serviço para dar início as obras no Colégio Municipal Cônego Torres  (relembre aqui). A reportagem do Farol de Notícias entrevistou uma das gestoras mais importantes que já passou pelo colégio, Vilma Jurubeba, para fazer um paralelo entre a sua época e a atualidade.

“Fui gestora do Cônego Torres por 5 anos, de 1977 a 1982, naquela época não existiam as facilidades, a modernidade que existe hoje e sempre se contava com uma certa dificuldade para se trabalhar em educação, por mais que o prefeito tenha boa vontade a gente sempre tem dificuldade, porque educação exige muito, tanto do gestor da escola, como do gestor municipal, no caso o prefeito ou a prefeita. Muitas vezes as pessoas dizem que as escolas estão abandonadas, nós sabemos disso, se nós tivéssemos um apoio financeiro bom para reformas, ampliação das escolas e manutenção das escolas era uma coisa muito boa, mas infelizmente ainda não temos, acredito eu que estamos caminhando para isso nos planos e nos projetos educacionais das escolas sempre constam projetos de ampliação, manutenção e recuperação”, explicou a educadora, acrescentando:

“Toda escola tem seu plano municipal de educação, se a escola for estadual tem o plano estadual, mas toda escola tem que ter o Projeto Político Pedagógico para dizer quais são as normas da escola, quais são as diretrizes que a escola vai seguir, quais são os objetivos que a escola precisa alcançar, qual é a estatística que a escola precisa ver qual o percentual de quê, de evasão, que é muito alto ainda. Abandono da escola é uma coisa terrível, para se vê também o aproveitamento, aprovados e reprovados, onde a escola precisa reforçar seus objetivos, outra coisa muito importante que hoje as escolas já fazem, inclusive aqui em escolas do município de Serra Talhada, é o reforço para aquelas alunos que não estão atingindo a aprendizagem satisfatória, nós sabemos que essa pandemia foi um caos, principalmente para a educação, porque as escolas todas tiveram que fechar, tudo nós passamos uma quarentena pesada, mas agora nós estamos, lentamente, retornando as atividades”.

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Vilma Jurubeba ainda fala da felicidade de ter participado desse momento histórico para o Colégio Cônego Torres, que foi a assinatura da ordem de serviço, destacou a importância da melhoria no ambiente escolar para o melhor aprendizado dos alunos e também melhor desempenho dos professores.

“Como eu fui gestora do Cónego Torres e fiquei muito feliz quando fui para a assinatura da ordem de serviço com a prefeita Márcia Conrado para que fosse feito o calendário para que em janeiro de 2022 a escola já esteja pronta. Isso era uma luta de todos os gestores que passaram por lá. Essa reforma do Colégio Cônego Torres vai atender a todas as necessidades atuais que uma escola precisa ter. Vai ter acessibilidade para resolver o problema de acessibilidade, vai ter as salas adequadas, salas com ar condicionado porque nós sabemos que o nosso clima de Serra Talhada é muito quente e o aluno em sala de aula precisa de conforto para aprender, tanto o aluno quanto o professor. Essa reforma vai deixar o colégio completamente adequado às necessidades atuais do aluno, do professor e do funcionário”, relatou.

HISTÓRIA DO CÔNEGO TORRES

O Colégio Cônego Torres tem uma ligação com a família de Vilma, posto que seu tio foi presidente da Câmara de Vereadores de Serra Talhada na época e pensou em uma escola mista, visto que na Capital do Xaxado só tinha escola para as moças da cidade. Ela ainda ressalta que foi o colégio que deu impulso ao crescimento da cidade.

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“O Cônego Torres foi fundado em 1954 e a história do Cônego Torres é muito ligada a minha família paterna, meu avô paterno era presidente da Câmara de Vereadores de Serra Talhada, José Pedro Jurubeba, Dr. Agamenon era o governador do estado, como ele era uma pessoa de visão, que via a educação, existia os colégios para as moças, mas para os rapazes? Então, ele solicitou a Agamenon a criação do Colégio Municipal Cônego Torres, que era uma colégio misto. Foi esse colégio que deu impulso a educação de Serra Talhada”, detalhou Vilma Jurubeba completando:

“Quando as pessoas têm uma visão sobre a educação tudo dar certo. Só precisa que você tenha a vontade de fazer as coisas porque quando você é levado a algo por obrigação é muito diferente de quando você é levado a fazer alguma coisa por satisfação por amor a coisa. Educação tem que ser por amor. Nós não podemos pensar sem educação sem pensar em amar os nossos alunos, amar a nossa profissão, nos dedicar, amar muito a nossa profissão. Educação mais dedicação é igual a sucesso”.

AULAS REMOTAS

Vilma ainda fala da importância do corpo docente acompanhar as mudanças e ter um bom planejamento escolar para que as aulas fluam melhor para os alunos e para os profissionais.

“Nós temos que acompanhar a evolução, a questão da criatividade do aluno, a questão do aluno saber fazer porque educação tem que ter um feedback, eu passo para meu aluno, mas ele retorna para mim dizendo se aprendeu ou não e colocando uma conotação própria dele enquanto aluno dizendo: ‘olha,  professora eu aprendi assim, eu interpretei dessa forma. Hoje, nós temos computadores, tablets, todos os kits modernos para facilitar o trabalho do professor e do aluno porque uma aula teórica é muito cansativa tanto para o professor quanto para o aluno. Hoje, nossa prática pedagógica precisa ser bastante eclética. Nós temos que ter acesso a modernidade e nós temos que ter acesso as coisas boas também antes da modernidade. Vai ter um momento que o professor vai dizer: ‘hoje, na nossa aula vai ter teoria.’ E ele vai trabalhar teoria porque nós não podemos ser radicais querer uma aula toda sistematizada no tablet”, ressaltou complementando:

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“Nós precisamos nos programar, o professor tem que programar sua aula. Como vou chegar numa sala de aula sem saber o que vou trabalhar? Não pode! E que seja dentro do projeto pedagógico da escola, seguindo também os parâmetros curriculares e ainda o Plano Municipal de Educação. Temos que nos dirigir por todos esses caminhos para que se chegue ao grande objetivo da educação que é aprendizagem e formação integral do aluno. Eu não posso dizer que aula teórica não existe mais, existe sim, mas é necessário que o professor tenha competência para trabalhar com aula teórica, se não, não dar certo assim como também não dar certo uma aula no tablet, no computador, se o professor tiver desprendimento de saber planejar e se organizar para dar aula. Toda aula precisa ter um planejamento, seja a série qual for, seja na universidade e para o pequenininho, o professor tem que ter planejamento”.

CONHEÇA A TRAJÉTÓRIA DE VILMA JURUBEBA 

A trajetória de uma educadora que transformou vidas em ST