A eleição de 2016 em Serra Talhada em números

Publicado às 04h45 desta segunda-feira (28)

Por Jorge Apolônio, Policial Federal e integrante da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Analisando os números da eleição de 2016 para vereadores em Serra Talhada, é possível observar que o município tinha à época 54.083 eleitores, dos quais só participaram 47.792, havendo uma abstenção de 6.291 eleitores (11,63%). Esse número era suficiente par eleger de 3 a 6 vereadores, haja vista a votação dos classificados.

Pois bem, dos 47.792  votantes, 45.303 (94,79%) foram válidos, 1.497 (3,13%) foram nulos e 992 (2,08%) foram em branco. Vejamos, então, as curiosidades. Só seis vereadores tiveram maior quantidade de votos do que o voto nulo: Alice (2.029), Manoel Enfermeiro  (1.809), Antonio Rodrigues (1.807), José Raimundo (1.795), André Maio (1.689) e  Agenor (1.602).  Quatro vereadores perderam inclusive para o voto nulo: Gilson (970), Antonio de Antenor (967), Vera Gama (941) e Rosimério (687). Sete ficaram de fora  da câmara mesmo tendo mais votos que os últimos colocados. Com a nova legislação, isso não vai acontecer mais. Tomarão posse os mais votados.

Calculando os votos dos realmente eleitos, chega-se ao total de 23.019 eleitores. Isto significa 42,5% de 54.083  cadastrados à época. Conclui-se que os atuais mandatários da CMST foram eleitos por menos da metade do eleitorado. Isso demonstra que um total de  57,5%, portanto, a maioria, se dispersou na abstenção, no voto nulo, no voto em branco e na falta de foco em qualquer outro candidato realmente preparado para o cargo. E havia.  Um ou outro até foi eleito, mas em número muito pequeno.

Minoria venceu maioria

Dando sequência à análise, fica escancarado que a minoria venceu a maioria. E como se dá esse paradoxo? De forma estratégica e simples, mas nem por isso pouco trabalhosa. Como o  candidato não precisa dos votos de todos os eleitores, ele escolhe um nicho do eleitorado e ali foca seu trabalho durante anos praticando todo tipo de assistencialismo, mantendo uma média de 1.200 apaniguados. Na campanha, parte dessa turma  conquista mais um voto gratuito, comprado ou trocado e elege ou reelege o candidato.

Nossa campanha de esclarecimento se propõe a quebrar este paradigma perverso e, enfim, eleger o máximo possível de  candidatos competentes. Para isso, é preciso, primeiro, que eles se candidatem, que se encaixem em determinados critérios e, segundo, que o eleitorado consciente  adote um dos candidatos da lista dos pré-selecionados que será apresentada pela campanha  para assim evitar outra derrota da maioria pela a minoria.