oliveira

Fotos: Farol de Notícias/Alejandro Garcia

Por Adelmo dos Santos, escritor de Serra Talhada

Desde a sua criação a fotografia serve para eternizar momentos importantes e contar histórias através das imagens. A fotografia congela o passado para se movimentar no presente. Em Serra Talhada, nos anos 60 e 70, um dos fotógrafos mais conhecidos e solicitados para bater os retratos foi o seu Oliveiro Burrego.

Nessa época os retratos eram feitos em preto e branco, não tinha câmera digital. Os retratos eram revelados mergulhados numa bacia, era quase um milagre que o fotógrafo fazia na hora que a imagem aparecia. Hoje em dia, mesmo com a tecnologia para o fotógrafo fazer uma boa fotografia, não basta ter um bom equipamento se não tiver o olhar de quem bate o retrato.

É no olhar do fotógrafo que está toda a candura que esconde a magia. Antes de bater a foto o fotógrafo antecipa a imagem vendo a foto na moldura. Seu Oliveiro Burrego era craque na arte de fotografar. Com a máquina lambe, lambe registrou coisas importantes com o poder da criação. Batendo fotografia teve a arte e a magia de poder parar o tempo na palma de sua mão.

Seu Oliveiro Burrego era o fotógrafo das famílias, retratando a gravidez com as senhoras de barriga. Ele só não batia foto na hora que o bebê nascia, mas depois acompanhava a vida no dia a dia. Foi revelando em papel e revelando em binóculo que Oliveiro Burrego foi fazendo as suas fotos, registrando o passado sem deixar passar inócuo.

Quando tinha uma festa aqui em Serra Talhada, as pessoas iam para praça, os pais levavam os filhos para tirar fotografia, ajeitando seus cabelos se olhando no espelho. Eram meninas e meninos chegando, arrumando as roupas, procurando o coreto. Um grande momento, todo mundo procurava a frente de um monumento. Seu Oliveiro Burrego atendia com carinho e mirava a sua máquina gritando: “Olha o passarinho!”

No clique da sua máquina fez coisa fenomenal, fotografou casamento, batizado, formatura, festa de setembro e as festas de natal. A sua máquina era antiga ele usava um tripé, quando a foto era batida entregava com demora, era assim que Oliveiro Burrego ia contando a história registrada pela máquina que clicava toda hora.

oliveira 2

Oliveira ainda guarda como relíquia um velho ampliador de imagens