liaFOTOS: Alejandro Garcia /  Farol

Passeando pelos lugares tradicionais de Serra Talhada podemos encontrar um pouco da arquitetura e da paisagem do início do século passado. A Praça Sérgio Magalhães e a Concha Acústica cumprem esse papel de manter parte da tradição cultural e arquitetônica da cidade. Uma dessas obras antigas é a casa da simpática Maria Alves de Barros, mais conhecida como D. Lia, uma senhora cheia de fé e vitalidade.

Ela mora numa casinha simples, de fachada antiga marcada por tempos que deixaram saudade. Entretanto, se destaca por fazer o contraste entre o ontem e o hoje nas estruturas arquitetônicas de Serra Talhada. A casa se mantém tal como foi construída, com paredes mais largas de tijolos de olaria, quadros de fotografias antigas daquelas que precisam ser pintadas para ficarem coloridas. Entrar na casa de Dona Lia é passear no tempo e se sentir acolhida no lar de nossas avós.

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Dona Lia nos revelou que a casa, que ganhou de herança das irmãs de seu pai, pode ter sido construída no mesmo período da construção do prédio da atual Casa da Cultura, em 1915. “Eu tenho 80 anos, é mais, mas eu minto. E quando construiu a casa eu nem era nascida, há muito tempo atrás ofereceram um dinheiro para comprar a casa, mas não venderam. E quando eu vim morar aqui fiz questão de manter ela do jeito que recebi. Eu gosto dela assim, acho bonita”.

Bastante fervorosa Don Lia rezava o terço quando o FAROL chegou à sua casa. A decoração com imagens de santos, quadros de Cristo e Frei Damião, revelou que é franciscana e dedicou sua vida a fé e a família já que optou por não casar e ter filhos, como era cobrado às mulheres de sua época. Mesmo com experiência devida e alguns problemas de saúde, Lia é um exemplo de mulher de fé e doçura, além de preservar um pequeno tesouro antigo, uma pequena máquina do tempo no seio de Serra Talhada.

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