Fotos: Celso Garcia/Farol de Notícias

Com informações do repórter fotográfico Celso Garcia

Publicado às 04h56 deste sábado (5)

Mesmo a tradição da arte do crochê estando perdendo força entre as novas gerações, ainda há quem mantenha o hábito. Algumas pessoas mantêm como principal fonte de renda, como renda extra, mas também há quem pratique por hobby ou terapia, assim como a dona Aparecida Maria da Silva, 55 anos, moradora do São Cristóvão, em Serra Talhada, que faz crochê desde os 8 anos.

Ainda quando criança, uma irmã de Aparecida costumava fazer e ela já encantada pelo crochê e tomada pela vontade de aprender, como não tinha agulha, pegava um espinho de mandacaru e um arame e ia tentando fazer. Vendo a força de vontade da pequena e sabendo que com o espinho não daria certo, a irmã comprou uma agulha para Aparecida, a colocou ao seu lado, começaram a fazer juntas e até hoje não parou

”Eu não paro porque eu não consigo, agora estou cirurgiada, mas não consigo porque gosto muito. Com 10 dias de cirurgiada eu já estava agoniada para fazer, já queria fazer, é minha terapia. Quando perdi minha mãe, há 7 anos, me entretive muito com o crochê. Nada supera uma perda tão grande, mas me ajudou porque eu não ficava muito tempo pensando. Pegava pano de prato para fazer crochê com as mensagens bíblicas e também ia me ajudando. Tive um problema cardíaco, fui para o médico e ele perguntou se eu fazia alguma terapia, disse que fazia o crochê, que essa é minha terapia e ele disse que era mesmo uma ótima terapia, eu amo o chochê demais”, revelou a dona de casa.

Por praticar mais por hobby e também pela falta de valorização das peças, Aparecida faz mais para a família, amigos por isso não expõe muito as peças. ”Eu faço bico em pano de prato, almofada, blusa, colcha de cama, muita coisa, mas é mais para presentes porque nem todo mundo dar valor ao nosso trabalho. Eu até pego encomendas, menos peças grandes que levam muito tempo porque às vezes não dar tempo entregar no prazo, como colcha e toalha de mesa. Pego mais pano de prato porque é mais rápido e peças grandes não compensam”, afirmou.

Além da satisfação pelo que faz, ela desfruta do prazer de também trabalhar com linhas cruas, confeccionadas pela irmã,  à moda antiga, no fuso com algodão. O tempo de duração para que cada peça fique pronta é variável, de acordo com o tamanho da peça e os afazes domésticos. Ela faz uma almofada para sofá em 2 ou 3 dias, já uma blusa demora em torno de 2 a semanas.

Caso queira fazer encomendas de peças pequenas, entre em contato com Aparecida pelo telefone (87) 9 9819-7453.