
Por Ananias Solon, zootecnista e escritor de Serra Talhada
“Todos têm um amigo em cada fase da vida. Mas só os sortudos têm o mesmo amigo em todas as fases da vida”.
Em viagem recente, avistei essa frase em uma lameira de um caminhão. Fotografei na alma, e sem querer ultrapassar aquele vagaroso caminhão, dei uma viajada no tempo.
Tenho esse privilégio de ter vários amigos. Mas têm dois que guardo no coração, assim diz Milton Nascimento. Essa grande amizade é desde dos tempos de menino.
‘Os Carlinhos’. Um é o amigo contemporâneo da Rua Padre Ferraz, Carlinho de Pedro Ferreira, e outro é o primo Carlinho de Zé Mitonho.
Nossas amizades são tão grandes que a cada encontro ou contato virtual, nos remetem ao passado e nos compartilhamos com muitas conversas e boas risadas. Revivendo as histórias do passado que nos emociona na mesma forma quando éramos crianças, parecendo que o tempo parou.
Apesar das transformações naturais e socioeconômicas em nossas vidas, e a chegada da internet, não alterou em nada nosso elo dessa verdadeira amizade.
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Com relação a Carlinho de Pedro Ferreira, lembro com carinho das nossas estripulias. Certa vez na Rua Pe. Ferraz, a gente numa daquelas brincadeiras improvisadas de menino raiz, brincando com uns pneus, numa manobra radical a gente entrava no pneu tipo caracol, e empurrava ladeira a baixo.
Nessa época a Rua Cirilo Xavier não existia calçamento, e numa dessas corridas, atropelou dona Quitéria, foi aquele alvoroço. Resultado? Ganhamos uns puxões de orelha e uma pisa de nossas saudosas mães; dona Luiza e dona Mariquinha.
Lembro com carinho das viajadas na Ford F1000 amarela para Fazenda Veludo, onde a gente ajudava seu Pedro a assinar as cabras e as ovelhas, pegando as mesma na carreira. Lembro do touro da raça Gir Damasco, e foram tantas.
Com o primo Carlinho de Zé Mitonho tenho boas recordações na Fazenda Quixaba, das caçadas de preá, rolinhas com peteca, e uma espigardinha soca soca do cano fino artesanal. O bom era tomar banho no Rio Pajeú, depois da roubada de cajú e manga no Sítio de Seu Preto Inácio.
Fiz até uma crônica: A travessia do Rio Pajeú. O tempo passou, e hoje já somos sessentões, carregamos a mesma relação de simplicidade, sinceridade e confiança. Com sentimentos de um elo nessa magnífica amizade desde dos tempos de criança. (relembre aqui).
Dedico essa crônica e parabenizo a todos amigos que tem o privilégio e a felicidade de ter o mesmo amigo em todas fases da vida.
5 comentários em A sorte dos que têm um amigo em todas as fases da vida