Publicado às 14h21 desta terça (11)

Nesse Mês das Mães, a reportagem do Farol visitou uma das matriarcas mais velhas que trabalham no Mercado Público de Serra Talhada, no Centro. Dona Edileuza Maria de Melo fará 60 anos no dia 3 de junho. Moradora do bairro São Cristóvão, mãe de 4 filhos, Sandra, Ana Paula, José Cristiano e Sebastião Bruno, com 9 netos, é casada com Luiz Sebastião dos Santos, 65 anos e filha de Dona Maria Santina de Jesus, 85 anos, quem a influenciou no ofício de gastronomia.

Sua primeira experiência como mãe, aos 17 anos, foi muito dolorosa, pois a criança nasceu sem vida. ”Eu fui mãe com 17 anos, mas minha primeira filha faleceu, nasceu morta, eu tive eclâmpsia. No começo foi muito difícil, eu não cheguei nem a ver ela porque perdi a consciência e só acordei depois de 9 dias. Chegou uma mulher procurando pela menina e eu nem sabia de nada, mas quando me contaram foi difícil para mim, comecei chorar, fiquei vendo os paninhos que eu tinha comprado para ela, foi uma dor muito grande”, relembrou a mãe.

DIFICULDADES

Na época, morava no Sítio Juazeirinho, numa humilde casinha de taipa porque as condições financeiras do casal não eram boas. No ano seguinte, após a fatalidade com a primeira filha, Edileuza engravidou de Sandra, sua segunda fila, depois veio Ana Paula e quando os filhos Cristiano e Bruno nasceram a família já havia se mudado para a Capital do Xaxado em 1983. Passaram por muitas dificuldades para criá-los, mas não pouparam esforços.

Veja também:   Mulher é espancada após quebrar celular do marido em Calumbi

”Foi difícil criar eles trabalhando alugado, na emergência, lavando roupa, fazendo faxina para criar eles. Eu deixava eles pequenos na casa de mãe com minhas irmãs mais novas para ir trabalhar na emergência e quando a emergência acabou eu tive que vir trabalhar com mãe de novo. Eu comecei trabalhar com ela aqui no mercado desde meus 13 anos de idade, mesmo ela morando no Juazeirinho, vinha todos os dias para trabalhar. Quando engravidei, pela segunda vez, ela ficou com medo porque da primeira eu tive eclâmpsia e ela teve todo cuidado comigo”, afirmou Edileuza.

Segundo Dona Edileuza, todos os filhos estudaram e chegaram a se formarem, exceto Ana Paula porque casou aos 16 anos, engravidou, e dormia muito na escola na época na gestação e ficou faltando apenas 6 meses para concluir. Com orgulho e ao mesmo tempo preocupada, Edleuza revelou que o filho mais novo, Bruno, tem formação superior, em História, porém está  desempregado e com dificuldade de conseguir uma oportunidade.

Veja também:   Vereador diz que Márcia só quer usar Sebastião por Marília

DIA DAS MÃES

O Dia das Mães da família de Dona Edleuza foi marcado por muita alegria e com ”a farra da pamonha” na casa de Dona Santina, mãe de Edleuza, no bairro São Cristóvão. Apesar de tanta alegria, ela não deixou de mencionar a dor das mães e dos filhos que não tiveram a mesma oportunidade que teve de poder comemorar com seus entes queridos.

”No dia das mães eu sinto muita alegria porque ainda tenho minha mãe viva, tenho meus filhos. Domingo foi a maior festa na casa dela, fizemos até pamonha os outros filhos também foram, foi a maior alegria. Os meus filhos também sempre veem quando podem. É muito bom ser mãe, ter os filhos da gente. É muito alegre, muito divertido ter os filhos da gente, são tudo umas bênçãos, é uma alegria quando se junta todos,” disse continuando:

Veja também:   Filho ameaça matar o pai em ST e em seguida faz ataque contra carro

”Espero que nos próximos anos melhore para todo mundo, que essa doença acabe porque a gente fica muito preocupada por conta disso. Que a minha mãe melhore porque a diabetes dela é alta ou que esteja pelo menos do jeito que está, ela já tomou a vacina, teve uma gripe mas graças a Deus não era covid. Que a gente possa comemorar com toda alegria de sempre. Fiquei muito feliz porque estavam todos bem, mas é triste ver mães que os filhos não puderam ir visitar por causa da covid, principalmente as que perderam os filhos e os que perderam as mães e a gente não pode fazer nada. Que Deus conforte essas pessoas e que elas levem a vida em frente mesmo com tanto sofrimento porque Jesus é bom e ele vai confortar o coração dessas pessoas”, lamentou Edleuza.

Dona Edileuza com a filha Sandra