Publicado às 06h03 deste domingo (1)

Francisco Barboza Neto nasceu na Fazenda Paulista, zona rural de Serra Talhada, em 09 de maio de 1946. Filho de agricultores, Adolpho Barbosa de Carvalho e Josefa Alves de Carvalho (In Memorian), ele teve uma trajetória de vida cercada de desafios e dificuldades, até a conclusão do curso de medicina, nos anos 70.

Aos 75 anos, Dr. Barboza, como é mais conhecido, recebeu a reportagem do Farol em sua residência, onde abriu um baú de histórias e exemplos de determinação.

“Integrante de uma prole de dez irmãos, me criei sob à luz de candeeiro. Aliás, foi sob a sua iluminação, que aprendi a juntar letras e a ler tudo por completo, somente aos 15 anos. Meu pai, meu primeiro professor, tinha como sonho educar todos os filhos. Fui conhecer a minha primeira sala de aula no município de Floresta, quando deixei a roça para estudar, na companhia dos irmãos”, relembra.

O médico-cirurgião, que atende no Centro de Serra Talhada, tem orgulho da sua história, e não esquece detalhes, e nem de agradecer aos chamados ‘anjos’ que lhe ajudaram a conquistar seus sonhos.

“Mas venci tudo com o apoio da família, graças a Deus! Em Recife, os primeiros bancos escolares na Escola Técnica do Comércio Visconde de Mauá, na Rua do Hospício. Logo veio o 2º Grau, em 1969, e com ele, o primeiro vestibular e a primeira reprovação. Vida que segue. Em 1970 estava lá de novo, mas saboreando o doce da vitória: Passei em Medicina na Faculdade de Ciências Médicas. Ora, para quem começou a ler aos 15 anos, chuva de bençãos”, disse Dr. Barboza, acrescentando:

“Como esquecer a Casa do Estudante de Pernambuco, localizada no bairro do Derby, onde durante dois anos me abrigou, e me fez tecer as minhas primeiras doses de saudades do meu Sertão. Já na Faculdade não poderia ser diferente: muitas dificuldades, mas tive anjos em minha vida: dois irmãos professores e um padrinho de crisma, João Dias. que basicamente me deu a formatura, porque eu não tinha condições de custear as despesas e sou eternamente grato. Rezo todos os dias por ele. Também sou muito grato ao meu pai e irmãos que nunca me deixaram passar necessidades”