Por Jorge Apolônio, policial federal e membro da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

O filósofo Schopenhauer escreveu o livro “Como Vencer um Debate Sem Precisar Ter Razão”. Neste livro, ele apresenta 38 estratagemas com os processos de argumentação que podem levar um debatedor a vencer a discussão mesmo que a razão esteja com o outro.

Foi isso que aconteceu no TSE sexta-feira, o inesquecível dia 09.06.17, no julgamento da chapa Dilma-Temer. A razão estava com o ministro Benjamin e os que o seguiram, Luiz Fux e Rosa Weber, na condenação da chapa. Entretanto, venceram os quatro que não tinham razão. Pode isso, Arnaldo?! Pode. Infelizmente. Tanto pode que aconteceu – para a estupefação de todos.

É claro que os vencedores não convenceram ninguém. É provável que nem a eles mesmos, mas eles tinham que argumentar alguma coisa para fazer ao menos a praxe e, como tinham o poder do voto, optaram por votar com o poder, matando uma nação de vergonha.

Como se já não bastassem a desmoralização do poder Legislativo e a do poder Executivo, Gilmar Mendes e companhia nos “brindaram” com a desmoralização do Judiciário Eleitoral.

Para que serve a Justiça Eleitoral? Para nada. Para desperdiçar recursos financeiros que o Brasil já não tem. Para dar resultado de eleições em tempo recorde (ao menos isso de bom), mas, em compensação, estupidamente lavar dinheiro sujo de todas as campanhas eleitorais. Leniente e irresponsável, é a maior máquina de lavagem de dinheiro deste país. Serve também para o ócio em períodos não eleitorais e empurrar processos para as calendas com sua infindável burocracia. Em última instância, serve para, arrogante e cinicamente, desmoralizar a si mesma ao dar ganho de causa a quem frauda e enlameia nossa frágil democracia.

Quatro ministros do TSE perderam a maior oportunidade de dar um exemplo cabal de moralização do processo eleitoral brasileiro e, por conseguinte, da própria Justiça Eleitoral. Fizeram exatamente o oposto do que deles esperavam o bom senso e a já decepcionada sociedade brasileira. Explodiu no povo a indignação.

A instituição Justiça Eleitoral só existe no Brasil. Se é dispensável em todos os outros países, inclusive nos democráticos, também é dispensável aqui. Anualmente custa bilhões aos brasileiros para prestar um serviço perfeitamente transferível para a justiça comum. Por ser dispensável e pelo mau serviço que presta, ABAIXO A JUSTIÇA ELEITORAL!!!