Os moradores que residem no entorno da Academia das Cidades do bairro Ipsep, em Serra Talhada, estão aterrorizados diante os acontecimentos que se multiplicam no local, principalmente no período noturno. Um grupo de jovens e adolescentes está utilizando a praça de lazer para o consumo de drogas e práticas sexuais.

“Quase todas as noites eu observo adolescentes consumirem crack sentados nas mesas da praça. Isto acontece cedo da noite, à partir das 20 horas. Muitos dos moradores estão deixando de sentar em suas calçadas porque estão com medo da reação dessa turma”, disse Alexandre Silva, que reside em frente a Academia das Cidades. Inconformado, o morador também cita relatos de atos sexuais praticados pelos usuários de drogas. “Já flagrei um casal fazendo sexo dentro da Academia das Cidades. Estão perdendo a noção das coisas devido ao efeito da droga”, relatou Silva, de forma indignada.

Durante dois dias, a reportagem do FAROL DE NOTICIAS esteve no local para acompanhar o cotidiano dos frequentadores da praça. Os adolescentes chegam em grupos e ocupam as mesas onde fazem rodas de conversa e também consomem bebidas alcoólicas. Segundo os moradores, vem aumentando os atos de vandalismo e o consumo de drogas na Academia das Cidades.

“Às vezes, após as 23 horas, ninguém consegue dormir com tanta gritaria nesta praça. Teve um dia que fui obrigado a ligar para polícia para acabar com os atos de vandalismo no local”, disse um morador, que pediu para não ter seu nome revelado com medo de retaliação dos menores. “Até o próprio soldado da Guarda Municipal evita interferir na movimentação desse pessoal por receio de ser linchado. Ele está sozinho aqui e acaba fazendo vista grossa”, avalia outro morador.

Apavorados, os moradores dizem que não sabem a quem recorrer para coibir os abusos. “Você procura a Polícia Militar e é informado que não podem fazer nada porque os infratores são menores de idade. Se procura o Conselho Tutelar, como fui várias vezes,  não se encontra ninguém. Vamos ficar passivos diante toda esta degradação”, questionou Alexandre Silva.

*O nome Alexandre Silva é fictício e foi utilizado por exigência do morador, alegando razões de segurança pessoal.