Do G1
Entre os presos, está um detetive americano que foi contratado pelo grupo. Outras três pessoas foram formalmente acusadas de participação no esquema, mas não foram detidas porque acredita-se que elas estejam na China.
Por segurança, o governo americano não deu mais detalhes sobre os opositores que eram alvo do grupo. Os acusados responderão por conspiração para atuar como agente chinês, cuja pena pode chegar a cinco anos de prisão.
As prisões fazem parte de uma série de ações recentes do governo do presidente Donald Trump, crítico contumaz do governo de Xi Jinping, a quem culpa pela pandemia do coronavírus. A relação entre Washington e Pequim entrou na pauta da disputa eleitoral dos EUA.
Caça à raposa
De acordo com o subsecretário de Justiça John Demers, o grupo participava de uma operação ilegal conhecida como Fox Hunt (Caça à raposa, em uma tradução livre). Essa ação, dizem as autoridades americanas, foi criada para ajudar o governo da China a localizar dissidentes do regime chinês no exterior.
Segundo Demers, a operação foi descrita pela China como uma campanha anticorrupção. “Mas em muitos casos, os alvos são oponentes de Xi Jinping, rivais políticos, dissidentes e críticos”, salientou o subsecretário.
Demers assinalou que os “esquadrões de repatriação” chineses ingressaram nos Estados Unidos para “localizar os supostos fugitivos e usar de intimidação e outras táticas para obrigá-los a retornar à China, onde enfrentariam a prisão ou algo pior após julgamentos ilegítimos”.
“Em qualquer caso, a operação é uma violação clara do estado de direito e das normas internacionais”, disse Demers em entrevista coletiva.
O diretor do FBI, Christopher Wray, disse que “as tentativas flagrantes do governo chinês de monitorar, ameaçar e assediar nossos próprios cidadãos e residentes legais permanentes enquanto estão em solo americano são parte de uma campanha diversificada de roubo e influência maléfica da China em nosso país e em todo o mundo”.