A Prefeitura de Serra Talhada e o Ministério Público (MPPE) iniciaram um levantamento para identificar ligações de água clandestinas que estão servindo para abastecer propriedades privadas na zona rural da cidade. Cerca de 140 foram encontradas e impedidas de funcionar. Muitas dessas ligações estavam abastecendo plantios de coqueiros e até de capim, prejudicando o fornecimento em distritos como Caiçarinha da Penha e São João do Barro Vermelho. A Secretaria Municipal de Agricultura explica que a ação fiscalizadora começou depois que a população do distrito de Caiçarinha Penha enviou um abaixo-assinado ao MPPE solicitando providências da Justiça, já que, conforme relato dos moradores, o abastecimento hídrico do distrito era quase nenhum.

“Mas depois que começamos a fiscalizar e proibir essas ligações a água começou a chegar em Caiçarinha. No entanto, nós enfrentamos resistência muito grande do povo. Essa resitência não deveria existir, por que quantas pessoas estão sem água até para fazer um café neste época? Na adutora de Caiçarinha da Penha constatamos roçados de capim e coqueiros sendo aguados. Para ter uma produção de “lodo” no coco nessa época, é preciso que a água fique 24 horas ligada. Então, enquanto centenas de pessoas estão sem água, alguns poucos estão se beneficiando”, alertou o secretário de Agricultura, Rafael Oliveira. Ele acredita que existam mais de 300 ligações clandestinas desperdiçando água de reservatórios na zona rural de Serra Talhada.

O secretário relata que, devido a estiagem, muitos produtores perfuraram todo o perímetro da adutora de Caiçarinha da Penha em busca de água. “Alguns sem autorizações, e outros de forma errada, perfuraram toda a adutora que leva água até Caiçarinha (da Penha) e São João do Barro Vermelho. Foi então que o Ministério Público de Serra Talhada recebeu o abaixo assinado da população. E a prefeitura, mediante as secretarias de Agricultura e de Saúde, está colaborando nesse trabalho, junto com o MP, de eliminar essa ligações clandestinas. Não vamos permiti-las, e peço aos agricultores que conversem com as pessoas que estejam fazendo isso. Pois é mais chato nós chegarmos lá (zona rural) com a polícia e o promotor para impedir esse funcionamento”, alertou secretário.