Da Metrópoles

Aluna da USP denuncia tentativa de estupro dentro do campusReprodução/ Arquivo Pessoal

Uma estudante de Ciências Moleculares da Universidade de São Paulo (USP) denunciou uma tentativa de estupro dentro da Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital paulista. O caso ocorreu na noite de domingo (8/5), quando parte do campus estava sem energia elétrica.

Halley Becegato, de 25 anos, conversou com o Metrópoles e relatou o momento de desespero. Ela é moradora do Conjunto Residencial da USP (CRUSP) desde dezembro de 2021. Às 11h da manhã, decidiu ir ao Instituto de Astronomia, que tinha energia elétrica, para estudar, trabalhar e esquentar seu almoço.

Por volta das 18h, na volta para casa, percebeu que a Cidade Universitária se via inteiramente apagada. “Eu estava sozinha, encontrei no máximo dois funcionários. O caminho foi muito difícil, estava tudo apagado e tentei iluminar alguns trechos com o celular”, contou.

Quando passava pela praça dos bancos, percebeu um homem se aproximar. “Eu nem vi de onde ele veio, só senti alguém próximo a mim. Guardei o celular, abracei a bolsa e passei a andar mais rápido. Ele começou a me chamar, disse para aproveitarmos o escuro, que ninguém ia ver e depois fez uma referência a sentir o pênis dele”, relatou ao Metrópoles.

Sem olhar para trás, Halley começou a correr em direção à Praça do Relógio, onde há uma base policial. “Falei sobre o ocorrido com os policiais, mas disseram que não poderiam fazer muita coisa, porque eu não saberia reconhecer o homem”, disse Halley, que acabou não fazendo registro de ocorrência.

A estudante compartilhou o ocorrido em suas redes sociais e, a partir daí, diz ter sido acionada pela faculdade. “Fiz um registro na Guarda Universitária, por orientação do reitor e professores. Alguns órgãos da USP entraram em contato comigo e pediram para eu fazer o registro, tanto a prefeita do campus, como a superintendente de seguranças”, explicou.

“Eu passo 24 horas do meu dia aqui e não posso me sentir segura no lugar em que vivo. Meu direito era poder ir e vir dentro do campus, mas nem isso posso mais. Estou com sentimento de raiva e impotência”, relatou.