Publicado às 06h30 dese domingo (16)
Por Adelmo Santos, Escritor, presidente da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)
Foto do Rio Pajeú no trecho de Afogados da Ingazeira/Imagem: Rádio Pajeú
As chuvas que ocorreram de janeiro a fevereiro de 2020, ressuscitaram o Rio Pajeú, um rio que estava morto, cheio de lixo e esgoto. Que já morreu tantas vezes judiado pelo povo, mas teima em voltar de novo. É a força da natureza que vem socorrer um rio que ficou cheio de tristeza enfrentando os desafios.
Um rio que por muitos anos banhou toda a região sendo a grande alegria nas quebradas do Sertão. Hoje ele está morto-vivo vencido pelo cansaço, está mais que comprovado que é um rio teimoso, voltando a correr de novo, antes das águas de março. Vítima da ignorância do abandono e descaso, hoje o Rio Pajeú é um rio dividido, ficou cortado em pedaços. Tem hora que ele é rio, tem hora que ele é mato.
Na cidade é um esgoto, ele só reaparece quando fica longe do povo. Apesar de maltratado esse é o Rio Pajeú que corre na contramão para o bem dos animais que existem no Sertão. Quando chega ao São Francisco vai bater no meio do mar. Veja a beleza do rio, olha só como ele está.
Só precisou de uma chuva para o rio renascer, e botar água no leito e a caatinga florescer. A tristeza foi embora e a alegria voltou, trouxe o verde pro lugar. Mudou todo o cenário, a paisagem ficou bonita, com a água veio a vida, não existe nada igual.
Agora o Rio Pajeú pelo menos nessa parte, voltou a ser cartão postal. Pro caboclo sertanejo que já tomou banho no rio, é um grande desafio ao ver o rio se formar. Ele relembra o passado e vendo o rio alagado, começa logo a chorar.
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