O exército da Síria anunciou nesta quinta-feira (22) que retomou totalmente a cidade de Aleppo. O último comboio que transportava rebeldes e civis saiu da cidade na noite desta quinta (horário local), segundo comunicado.

A segunda maior cidade da Síria foi devastada por sucessivas ofensivas do regime e mais de quatro anos de combates, mas especialmente pelos bombardeios de exército sírio e de seu aliado russo nos últimos meses. As forças do governo ocupavam a zona oeste da cidade e, desde julho deste ano, formavam um cerco contra os rebeldes, que controlavam bairros do leste.

Trata-se da maior vitória do regime sírio desde 2011, quando teve início a guerra, segundo a agência France Presse.

“Graças ao sangue de nossos mártires e aos sacrifícios das nossas valentes forças armadas, assim como às forças auxiliares e aliadas (…), o Estado maior das Forças Armadas anuncia o retorno da segurança Em Aleppo, após sua libertação do terrorismo e dos terroristas e da saída dos que continuavam ali”, diz o comunicado.

Trinta e um observadores da ONU chegaram na zona leste da cidade para supervisionar a fase final da operação, segundo anunciou nesta quinta Jens Laerke, porta-voz do escritório de coordenação dos assuntos humanitários da ONU (Ocha). A medida responde a uma resolução adotada em 19 de dezembro pelo Conselho de Segurança.

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Operação de retirada

Lançada em 15 de dezembro, a operação de evacuação sofreu vários atrasos devido à desconfiança entre os beligerantes, aos problemas logísticos e, desde quarta-feira, a uma nevasca que retardou o trânsito de veículos em direção aos territórios rebeldes.

De acordo com um novo relatório do CICV, cerca de 34 mil pessoas foram retiradas desde o início da operação no enclave rebelde.

Munidos com armas de pequeno porte, rebeldes a bordo de vinte pickups, táxis e carros deixaram a cidade na parte da manhã, atravessando o posto de Ramussa, no sul de Aleppo, para chegar na zona rebelde a oeste da cidade, de acordo com um correspondente da AFP.

Aleppo, que já foi a capital econômica da Síria, virou o símbolo da guerra que devasta o país desde março de 2011 e que já provocou mais de 300 mil mortes.

Segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), a guerra da Síria deixou mais de 300 mil mortos desde o início.

Nos últimos quatro anos, o centro histórico de Aleppo tem sido um dos fronts de guerra. Seus vestígios guardam marcas incessantes dos combates do grupo dos rebeldes, donos dos bairros do leste, às forças do regime, que controlavam o oeste.

Mais cedo, a Reuters informou que, segundo um rebelde sírio que luta em Aleppo, deve haver uma trégua completa nesta noite.

Do G1 Mundo