Após fechar 2017 no vermelho, PE promete melhora em 2018Do JC Online

O governo Paulo Câmara (PSB) prometeu nessa quinta-feira (1º) apresentar um resultado fiscal melhor em 2018 e trabalhar para garantir o equilíbrio financeiro e novos investimentos, em mensagem ao Legislativo. A promessa ocorre apenas dois dias após a divulgação de que o Estado fechou 2017 com um déficit primário de R$ 292,2 milhões e a beira do limite máximo com gasto de pessoal permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB), chegou a dizer que não há déficit nas contas estaduais.

No resultado orçamentário do governo, que inclui o pagamento de juros e amortização da dívida além das despesas, Pernambuco fechou 2017 com um déficit de R$ 972,9 milhões. A receita total do Estado melhorou 6,9% em relação a 2016, mas não fez frente ao crescimento de 10,7% nas despesas puxado pelo crescimento da folha dos servidores.

“Quanto ao resultado primário negativo de R$ 292 milhões, ele já era projetado pelo governo do Estado. Sua principal causa foi o acréscimo de 11,5% nas despesas brutas com pessoal. Motivado pela melhoria dos salários para os policiais, pessoal da saúde e da educação. Além de novas contratações e aposentadorias. Não poderíamos, sob hipótese alguma, deixar faltar pessoal para prestação de serviços essenciais à população”, justificou o texto oficial do Executivo, assinado pelo governador em exercício Raul Henry (PMDB) e lido na Assembleia Legislativa pelo secretário da Casa Civil, Nilton Mota (PSB).

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Para o Estado, outro favor relevante para o déficit foi a queda na receita aquém do programado, com uma redução de 3,3% nos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e da frustração de arrecadação com a repatriação de recursos no exterior.

“A expectativa para 2018 é de resultados melhores, visto que os indicadores econômicos já mostram avanços com taxas de juros reduzidas, câmbio estável e inflação sob controle. Desta forma, o governo de Pernambuco compromete-se em continuar trabalhando pelo equilíbrio financeiro e por novos investimentos”, prometeu o governo na mensagem.

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Um texto diferente do lido por Mota foi divulgado à imprensa pelo Palácio do Campo das Princesas. Nele, há trechos fortes que foram suprimidos na fala do secretário, como o que diz que o governo não cedeu ao “encanto enganoso do caminho que parece mais fácil mas é apenas o rumo da perdição”.
ANO ELEITORAL

Na primeira sessão da Alepe no ano eleitoral, oposição e governo deram sinais de que vão travar uma batalha política no Legislativo. Depois do Carnaval, a oposição quer uma audiência pública sobre as obras paralisadas do Estado. Em abril, o grupo promete realizar ato do Pernambuco de Verdade na Região Metropolitana.

“Vamos fazer um debate em 2018 sobretudo com as propostas feitas em 2014 pelo governador Paulo Câmara. Até agora, apenas 30% do que foi prometido saiu do papel. O governador Paulo Câmara tem um encontro marcado com seu programa de governo nas eleições de 2018”, criticou o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PRB).

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Para o líder do governo, Isaltino Nascimento, a gestão Paulo Câmara ocorreu durante os três anos mais árduos e duros da história brasileira na política e na economia, mas manteve o Estado “de pé”.

“Se somarmos os R$ 808 milhões a mais na saúde e os R$ 450 milhões a mais na educação, vamos ter R$ 1,2 bilhão investidos a mais do que manta a LRF. Portanto não há déficit orçamentário no Estado. Não há descontrole e não há desgoverno”, defendeu o governista. “Uma boa parte dos parlamentares aqui da oposição se vinculam ao governo Temer. E as vezes se escondem e não querem dizer”, disparou o socialista.

Manifestantes contrários ao aumento das passagens de ônibus levaram faixas para a galeria e um troféu “Lata de Sardinha” para pedir a criação de uma CPI do transporte público.