Publicado às 14h26 desta terça (11) – Fotos: Arquivo Farol /Alejandro García

Marcada por um clima de tensão e vozes alteradas, uma reunião entre vereadores, vendedores ambulantes e membros da Prefeitura, nesta terça-feira (11), por pouco não terminou num impasse mais sério. Foi esse, em resumo, o relato feito nesta manhã pelo vereador oposicionista, Antônio de Antenor.

Ao final, apesar dor ar de animosidade, se conseguiu chegar a um consenso quanto à situação do comércio ambulante no Centro de Serra Talhada, pelo menos, até os próximos 90 dias. Em entrevista ao Frequência Democrática, Antenor deu detalhes da reunião apreensiva ocorrida na sede da prefeitura.

O encontro teve a participação do secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcos Oliveira, e do diretor da STTrans (Superintendência de Trânsito e Transportes), Célio Antunes. A comissão de vereadores tentou falar em favor da classe dos ambulantes e enfrentou, segundo Antenor, atitudes ríspidas dos representantes do governo.

“Formamos uma equipe de vereadores e fomos lá hoje [dia 11] na prefeitura onde estavam o secretário Marcos Oliveira e Célio Antunes e foi uma comissão de ambulantes. E um detalhe: [a reunião] pegou fogo! Pegou fogo! Porque Marcos, e me desculpe o talento dele, mas ele fala muito alto e Célio Antunes também chegou lá falando alto. Aí, o que aconteceu? Na altura das vozes deles eu me levantei também e falei alto também”, contou Antônio de Antenor, reforçando:

Vereador Antônio de Anternor

“Eles defendendo e eu dizendo que estava errado o fato do ambulante ficar fixo na zona azul. Mas eu disse ali [na reunião] que o nosso problema era a falta de um acordo para que os ambulantes tivessem a sua prerrogativa de poder trabalhar. Então, graças a Deus, que nas nossas discussões o Célio se sensibilizou, porque o Marcos Oliveira não abriu [para o consenso]. Mas graças a Deus que o Célio baixou a cabeça, levantou e disse: eu tenho uma ideia! [Disse Célio] O terminal de passageiro estará pronto nos próximos 90 dias e nós vamos dá 90 dias para que os ambulantes permaneçam nas ruas. Então, graças a Deus os ambulantes estão felizes. Vamos assinar um documento [formalizando o acordo]. Essa é a novidade. E graças a Deus, entre tapas e beijos, o final foi feliz”.

FIQUE POR DENTRO DA POLÊMICA

Desde que foram realocados, os ambulantes vêm somando prejuízos em suas rendas familiares, já que foram levados para um espaço ainda inacabado no Centro, na região da Lagoa Maria Timóteo, onde o terminal de passageiros prometido pelo governo municipal – que atrairia movimentação de pessoas para os ambulantes – também sequer foi ativado.

Assim, cerca de 60 vendedores ambulantes ocuparam o plenário da Câmara Municipal de Serra Talhada (CMST), nessa segunda-feira (10), e protestaram contra a decisão da prefeitura, em parceria com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em deixar as calçadas livres no Centro da cidade.

A decisão foi cumprida, mas segundo os ambulantes, o pátio montado pelo governo municipal não tem a mínima estrutura de comercialização e, sem clientes, as vendas caíram 90%.

No uso da tribuna, quatro vendedores se revezaram e relataram amargos prejuízos. Eles culpam a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de não cumprir o que foi prometido e cobram respostas do prefeito Luciano Duque.

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