Do JC Online

Alunos de 54% dos municípios pernambucanos (99 cidades) concluíram o ensino fundamental, em 2017, sabendo menos de 10% do que deveriam ter aprendido em matemática. É o que mostra levantamento realizado pelo Movimento Todos pela Educação com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Ministério da Educação (MEC). Em português o cenário é menos dramático. São 2,7% (cinco municípios) com aprendizado dos estudantes abaixo de 10%. Os índices se referem a discentes de escolas públicas (estaduais e municipais) e privadas.

A situação mais crítica, em matemática, é de Chã de Alegria, na Zona da Mata. De cada cem adolescentes que terminaram o 9º ano, somente um absorveu o conteúdo da série (1,1%). O melhor resultado é de Panelas, no Agreste, com 71,2% dos alunos com aprendizado adequado. Em língua portuguesa, o resultado mais baixo foi de Manari, no Sertão, onde apenas 6,6% dos jovens assimilaram os assuntos que deveriam para a série. O índice mais alto é de Quixaba, na mesma região, com 68,9% de concluintes com aprendizado adequado.

“Avaliamos o desempenho dos estudantes para observar quais foram as dificuldades deles. Estamos investindo na formação dos professores. Outras ações foram acompanhar mais de perto a frequência dos alunos, acabar com as turmas multisseriadas da zona rural e focar na alfabetização”, explica a secretária de Educação de Chã de Alegria, Verônica Almeida.

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O desempenho da cidade no 5º ano, em matemática, também foi baixo: só 12,3% das crianças aprenderam o adequado. Mas o município foi o segundo do Estado que melhor evoluiu em uma década. Esse índice, em 2007, era de apenas 0,5%. “Os números preocupam. Porém estamos trabalhando para melhorar o nosso ensino”, diz Verônica. A rede municipal tem 170 professores, 2.600 alunos, nove escolas e uma creche.
ALFABETIZAÇÃO

Quixaba, onde está localizada a Escola Estadual Tomé Francisco da Silva, destaque em vários prêmios de educação, é a cidade pernambucana com os índices mais altos de aprendizagem dos estudantes da 5ª série: 82,2% em português e 86,5% em matemática. Orocó, no Sertão, é a pior em português (9,6%) e Escada (6,5%), em matemática.

“Nosso objetivo é sempre garantir que os alunos aprendam. É um trabalho em conjunto, que envolve todos da escola, do professor à merendeira. Monitoramos o desempenho de cada estudante. Quem tem dificuldade recebe reforço”, conta o secretário municipal de Educação, Danilo Nunes. O estímulo à leitura é prioridade.

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Para a presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Pernambuco (Undime) e secretária de Educação de Bonito, Elza Silva, a melhoria do aprendizado passa por uma boa política de alfabetização, formação continuada dos professores e valorização da carreira docente, com pagamento do piso salarial do magistério.

EDUCAÇÃO EM PERNAMBUCO

Veja as cidades com maior e menor percentual de alunos (redes pública e privada) com aprendizado adequado, no ensino fundamental, segundo relatório do Movimento Todos pela Educação, a partir dos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb)

5º ano

Português
Maior índice – Quixaba, com 82,2%
Menor índice – Orocó, com 9,6%
* Recife ocupa a 38ª posição, com 50,5%

Matemática
Maior índice – Quixaba, com 86,5%
Menor índice – Escada, com 6,5%
* Recife está na 63ª colocação, com 32,8%

Cidades que mais evoluíram em uma década (de 2007 para 2017)

Português
Verdejante – passou de 1% para para 24,6%
Bonito – de 5,8% para 77,8%
Ibirajuba – de 4,1% para 52,4%

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Matemática
Xexéu – de 0,6% para 20,4%
Chã de Alegria – de 0,5% para 12,3%
Bonito – de 3,9% para 77,9%

9º ano

Português
Maior índice – Quixaba, com 68,9%
Menor índice – Manari, com 6,6%
* Recife está na 48% posição, com 31%

Matemática
Maior índice – Panelas, com 71,2%
Menor índice – Chã de Alegria, com 1,1%
* Recife fica na 62ª colocação, com 12%

Cidades que mais evoluíram em uma década (de 2007 para 2017)

Português
Casinhas – de 0,9% para 32%
Lagoa do Ouro – de 1,1% para 27,4%
Ibirajuba – de 1,1% pra 24,4%

Matemática
Bonito – de 1,2% para 43,1%
Passira – de 0,3% para 11%
Petrolândia – de 0,4% para 10,4%