Publicado às—  deste domingo (19)

Em qualquer ambiente, seja na zona rural ou nos grandes centros urbanos, em estilos de decoração rústica ou clássica, sempre haverá a obra de um artesão sobressaindo-se no espaço, dando vida e harmonia. Comemorado em 19 de março, o Dia do Artesão homenageia a categoria dos profissionais que dedicam sua vida ou parte dela ao trabalho manual. Um ofício que, apesar da beleza, precisa de dedicação, atenção, cuidado, amor e apoio, desde a escolha do material a ser utilizado, a criatividade e as técnicas que darão forma a arte. 

O Grupo de Artesão de Serra Talhada (GAST), foi o primeiro grupo de artesãos a ser formado na cidade sertaneja em 2004, pelo médico Júlio César Carvalho e, atualmente, conta com 20 membros. Os trabalhos com biscuit, bonecas de pano, crochê, tiaras, esculturas em pedras, telas, fuxico e retalhos enriquecem a cultura nordestina.

As vendas acontecem em feiras e exposições, como a Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), além de outros eventos municipais e estaduais.  

Nesta sexta-feira (18), o Farol de Notícias conversou com Ailma Martins, mãe, avó, esposa, presidente do Gast e artesã há mais de 20 anos. Ela contou que encontrou no artesanato uma fonte de renda, um trabalho herdado do seu pai, Antônio Martins. Após o falecimento dele em 2018, Ailma parou com o artesanato por um tempo, devido a dor da perda, mas depois retornou com o trabalho e não parou mais. 

Meu pai fazia arminhas, espingardas, punhais e cabaça, tudo de madeira; além de chapéus e bornais de couro. Meu pai foi uma peça fundamental na minha vida, porque ele me ajudava muito com os detalhes das minhas peças, sandália de couro e chapéu. Meu pai me ajudava muito e foi muito difícil continuar sem ele. É muito bom ser artesã, eu me sinto realizada. Quando eu me sento para trabalhar, eu me sinto realizada, feliz, importante em saber que Deus me deu esse dom e que eu posso levar para muitos. Os turistas que vêm com vontade e necessidade de levar uma lembrancinha para sua casa, seus amigos. Eu tenho confiança, garantia, sei o que faço, e faço por amor, não apenas pelo dinheiro”, enfatizou Ailma Martins, acrescentando:

O que motivou a gente a participar desse grupo foi a necessidade da gente expandir os nossos trabalhos, porque na época trabalhávamos mais em nossas casas e, ainda hoje continua sendo, poucos têm suas lojas. O que fez a gente colocar o grupo para a frente foi a necessidade de participar de feiras, eventos e viagens para fora. Eu já participei da Fenearte sete vezes. Já vendi uma peça em um estande para um casal da Indonésia”.

Abaixo estão algumas fotos dos trabalhos feitos pelo Grupo de Artesão de Serra Talhada (Gast), por Deusimar Amaral, Cícera Nunes, Elizete Barbosa, Roberto Silva, Iraildes Oliveira, Francisca Araújo, José Oliveira, Irene Sousa, José Eufrazio Filho, Maria Silva, Maria Lima, Francisca Silva, Aluizio Fernandes, Antonia Melo e Ailma Martins. 

A sede do Grupo de Artesão de Serra Talhada (Gast), atualmente, está localizada na rua Padre Luiz Gonzaga Kerlly, nº 269, bairro Ipsep, em Serra Talhada.