Publicado às 05h25 desta quarta-feira (22)

Diante do cenário de pandemia mundial, os grupos de cultura de Serra Talhada estão há cerca de quatro meses parados e muitos dos artistas e produtores culturais tiveram uma breve esperança de recuperação da crise financeira com a aprovação da Lei Aldir Blanc,  14.017/2020, criada como fundo emergencial para artistas, coletivos e empresas do setor.

Em contato com o Farol de Notícias, um artista e produtor cultural do município solicitou o espaço para fazer questionamentos a Fundação de Cultura de Serra Talhada, presidida pelo escritor, diretor e também produtor cultural Anildomá Willams de Souza.

“O pessoal de toda a cultura está há mais de um mês se movimentando sobre a Lei Aldir Blanc que aprovou uma verba imensa para a cultura. Serra Talhada vai receber mais de R$ 600 mil de fundo emergencial cultural e a gente não sabe para onde vai esse dinheiro, porque a Secretaria de Cultura lançou um formulário online para cadastramento cultural, do qual não forneceu nenhuma ajuda, nenhum apoio para as pessoas fazerem esse cadastro. Lá pede informações do qual 90% dos grupos culturais da cidade não tem”, questionou o produtor cultural, complementando sua reclamação:

“Nós da Quadrilha Junina Sem Limite, por exemplo, estamos há mais de um mês tentando fazer esse cadastro e estamos buscando informações em Arcoverde e Petrolina, porque a gente não tem com quem tirar dúvidas aqui em Serra. A cidade vai receber esse dinheiro de acordo com a lei, a maioria dos grupos tem direito a mais de R$ 10 mil e a gente não sabe como fazer para receber esse auxílio. Quem vai receber? Quem está gerenciando esse dinheiro? Tem muita coisa às escuras que aqui na cidade que eles não estão dando visibilidade. Em cidades como Afogados da Ingazeira, Flores, Triunfo e Salgueiro que estão fazendo fóruns, reunindo o pessoal, ligando e chamando para distribuir esse dinheiro de forma justa”.

OUTRO LADO

A reportagem do Farol também entrou em contato com o presidente da fundação, Anildomá Souza, para saber mais detalhes sobre o andamento da Lei Aldir Blanc. Domá argumentou que Serra Talhada foi um dos primeiros municípios a implantar o cadastro cultural e além de manter um funcionário da pasta exclusivo para o atendimento remoto dos artistas e produtores, também tem atuado para incentivar a participação no cadastro, pois ainda aguardam a regulamentação da lei.

“Serra Talhada ainda vai receber esse fundo na ordem de R$ 618 mil, a lei está sendo regulamentada e nesse momento todos os municípios do país estão trabalhando na realização do cadastro. No nosso caso esse cadastro fará parte de um plano estadual, e só então virão as diretrizes virão para nós. Esse fundo de incentivo a toda a cadeia produtiva da cultura lançará três tipos de fundo para a classe, o auxílio emergencial R$ 600; um financiamento para grupos e entidades que tiveram suas atividades suspensas pela pandemia e por último editais e premiações. No momento, nós estamos e todas as cidades estão engessadas pela questão do cadastro cultural, mas estamos agindo de acordo com todas as determinações dadas até agora, no mais somente após a regulamentação da lei”, declarou o gestor cultural.

Acesse a página do cadastro cultural (clique aqui)