Artistas se revoltam com o formato da Lei Paulo Gustavo em ST

Publicado às 06h18 deste sábado (23)

Um grupo de conselheiros, artistas e produtores culturais de Serra Talhada estão indignados com os movimentos da Fundação Cultural da cidade em torno da Lei Paulo Gustavo. Segundo eles, além da demora para lançamento do edital, as linhas de projetos para os artistas estão englobando valores muito baixos, enquanto há a iniciativa de aprovar o valor de R$ 92 mil para o Cine Teatro do CEU das Artes, no bairro Caxixola. O equipamento está há meses sem atividades no cine teatro por falta de técnico para o local.

Em contato com o Farol de Notícias, Cleonice Maria, presidente da Fundação Cabras de Lampião, afirmou que esteve presente na última reunião do Conselho de Cultura, realizada nesta terça-feira (19) para discutir o lançamento do edital da LPG no município. Segundo ela, o secretário colocou em votação e nós perdemos porque estávamos em apenas 04 Conselheiros. Infelizmente a falta de participação nessas reuniões causam prejuízos irreparáveis.

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“Nós da Sociedade Civil fomos contra. A nossa justificativa é que aquele equipamento está pronto, não tem necessidade de reforma e nem de ampliação. O que falta ali é a gestão fazer o cronograma para de fato o espaço ser utilizado pela comunidade. A prefeitura está tirando os 5% para equipe técnica do edital e mais R$ 92 mil. O que dá uma média de R$ 129 mil. Eu acho um absurdo. Esse recurso não é do município, é recurso Federal de uma Lei criada para acudir o Movimento Cultural do país”, comentou a produtora.

Ainda de acordo com o artista plástico Aluisio Fernã, há linhas de produção cultural como que será destinado o valor de R$ 2 mil para os fazedores de cultura da cidade. “Para as artes plásticas vão ser 5 projetos de R$ 3 mil, mas a gente brigou para ele aumentar”, afirmou.

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NÃO ATENDERÁ TODOS OS ARTISTAS

Zé Orlando, músico, produtor cultural e presidente da Associação dos Músicos de Serra Talhada, também falou em nome da categoria demonstrando uma indignação com a atitude do presidente da Fundação de Cultura, Josenildo Barbosa.

“Os músicos de Serra Talhada estão muito insatisfeitos com essa atitude do secretário de pegar 15% do valor de um edital que não vai contemplar nem 50% dos artistas da cidade e dar para o município. Dar para o CEU das Artes que é um equipamento que está pronto, mas não tem quem opere, não tem técnico. Se esse valor fosse remanejado para as outras áreas. Como por exemplo Artes Plásticas que só deve contemplar projetos de R$ 2 mil e de Artesanato de R$ 3 mil não dá para comprar nem material para fazer um quadro”, lamentou.

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Ainda de acordo com o conselheiro da cadeira representante dos Povos de Terreiro e Comunidades Tradicionais, Pai Joaquim Pereira, há somente 8 projetos disponíveis para os fazedores de cultura e de religiões de raizes africanas e afro-brasileiras.

“Somos muito no município, mas como sempre invisibilizados. Nesta reunião até mesmo pessoas do governo não concordaram com as propostas levantadas, mas não podiam se manifestar contra. Este edital não contemplará todos os artistas e fazedores de cultura de Serra Talhada”.