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É a primeira contratação na história da Casa de uma mulher trans. Servidora vai atuar na assessoria da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Alepe. Após 2 anos atuando no Centro de Combate à Homofobia no Estado, Fabianna fará parte da assessoria da Comissão de Cidadania da Alepe

Fundada há 181 anos sob forte influência da Igreja Católica, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) só agora, no último 28 de junho – Dia do Orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex) – deu um passo histórico ao admitir a primeira mulher trans ao quadro de servidores da Casa Joaquim Nabuco.

Em um ano marcado por episódios de intolerância e conservadorismo nas esferas legislativas, como o projeto de lei na Alepe que pretendia proibir qualquer debate sobre identidade de gênero e diversidade sexual nas escolas públicas, o ingresso de Fabianna Mello Oliveira, 36 anos, à assessoria da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Casa ganha notoriedade por causa da carga política. Não há maneira melhor de defender os direitos de determinados grupo sociais do que dar voz a quem faz parte deles. E Fabianna sabe bem da importância que o cargo representa tanto para ela quanto para o segmento em que milita.

Membro da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans), ela trabalhou por 2 anos no Centro Estadual de Combate à Homofobia, ligado à Secretaria Executiva de Direitos Humanos de Pernambuco. Nesse período, ela viveu histórias, ouviu lamentos e conheceu a face dura daqueles que querem, apenas, respeito. Agora, a meta é aproveitar o espaço no Legislativo para dar vez e voz à luta LGBTI.

“Falar de Direitos Humanos é falar da minha vida, porque todos os direitos me são negado a todo o momento, a toda hora. Acho engraçado porque a gente tem uma visibilidade invisível. É um paradoxo, porque a visibilidade vem com matérias nos jornais e registros, mas se é invisível nos direitos. Eu não tenho direito à empregabilidade, por exemplo”, expôs. “Quantas vezes você andou por aí e viu uma pessoa trans trabalhando? É um direito que nos é negado pelo simples fato de ser quem somos. Só por ser transexual ou travesti”, desabafou.

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