Do JC Online
Nesta quinta-feira (25), os professores da rede estadual de ensino de Pernambuco paralisam as atividades nas unidades de ensino. Em campanha salarial, a categoria cobra da governadora Raquel Lyra (PSDB) uma nova proposta para pagamento do reajuste do piso salarial, de 14,95%. O Estado já enviou à Assembleia Legislativa um projeto em regime de urgência para pagamento do aumento, porém só contempla um pequena parte da categoria.
Contrários à atual proposta apresentada pela governadora, os professores prometem paralisar as aulas em todas as unidades de ensino do Estado. De acordo com o sindicato dos profissionais da educação de Pernambuco (Sintepe), o dia será de diálogo com a população sobre a Campanha Salarial Educacional 2023, mobilização em torno das escolas e panfletagem.
Segundo o sindicato, apesar das paralisações, o dia letivo estará garantido, pois haverá aula em uma parte do turno. Também não será interferido o serviço de almoço/merenda aos estudantes.
As paralisações acontecem de maneira coordenada em cada unidade de ensino. Nas escolas integrais de 45 horas/aula a paralisação será após o almoço. Nas escolas integrais de 35h/a, a parada das atividades é após o lanche.
No caso das unidades com ensino noturno, haverá aula e demais atividades apenas durante meio expediente. Nas demais unidades de trabalho a paralisação também contempla metade do turno. Novas paralisações estão marcadas para os dias dois e seis de junho.
Projeto de Raquel Lyra para os professores na Alepe
A governadora Raquel Lyra enviou em regime de urgência à Alepe proposta de reajuste do piso dos professores que contempla apenas 32% da categoria, sem nenhum percentual de reajuste para a maioria dos professores.
O governo do Estado alega ser “inviável” aplicar o reajuste de 14,95% a todos os professores, mas mesmo aberto à negociação, não apresenta nenhum outro percentual de reajuste.
Na terça-feira (23), profissionais da educação realizaram passeata até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do Estado. Segundo Ivete Caetano, presidente do Sintepe, apesar da categoria ter sido recebida, foi “decepcionante a reunião com o Governo”.
“Fomos recebidos por técnicos que apenas confirmaram os dados que trouxemos, mas nenhum deles tem poder político de decisão. Os dados estão aí, o Governo sabe que temos ciência dos números, falta vontade política”, explicou.
Os professores cobram que a governadora apresenta uma nova proposta de reajuste, contemplando toda a categoria, retirando de pauta o texto já enviado à Alepe.
Na Casa Legislativa, o projeto atual tem até o dia 31 de maio para o recebimento de emendas. Após 10 dias úteis é que o texto vai ser votado na Comissão de Justiça, tendo ainda que passar por outras três comissões antes de chegar ao plenário da Alepe. Parlamentares se propuseram, inclusive, para em comissão, discutirem com a Casa Civil o regime de urgência e necessidades de mudança no texto do reajuste do piso enviado pela governadora.