Da ISTOÉ

Foto: APA/AFP

A Áustria se tornou nesta quinta-feira (20) o primeiro país da União Europeia (UE) a impor a vacinação anticovid obrigatória para tentar conter a propagação da pandemia, apesar da forte oposição que essa medida desperta na população.

A lei, que entrará em vigor em 4 de fevereiro, foi aprovada pelo Parlamento austríaco por 137 votos a favor e 33 contra.

“A vacinação é a oportunidade para que nossa sociedade conquiste uma liberdade sustentável e contínua, sem que o vírus nos limite”, disse o chefe de governo conservador Karl Nehammer antes da sessão.

É “um tema de debate muito intenso”, reconheceu.

A medida, anunciada em novembro para impulsionar a vacinação contra o aumento de casos, foi apoiada pelos Verdes – sócios de coalizão dos conservadores – e pelos partidos liberal e social-democrata. Apenas a extrema-direita se opôs, alegando a proteção das liberdades individuais.

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Dezenas de milhares de austríacos se manifestam há meses quase todos os finais de semana contra o projeto de lei.

Os protestos obrigaram o governo a reforçar a proteção dos centros de vacinação e de testes anticovid.

O líder do partido de extrema-direita FPÖ, Herbert Kickl, denunciou um “projeto que abre a via ao totalitarismo”.

“Hoje não temos a maioria no Parlamento, mas temos fora”, declarou Kickl, prometendo questionar a lei.

– Multas anuláveis –

O governo alega que seu objetivo não é multiplicar as multas.

A negação em se vacinar será passível de multas de 600 a 3.600 euros (680 e 4.100 dólares), mas essas serão anuladas se o infrator se imunizar em um período de duas semanas.

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A votação aconteceu em um momento em que a Áustria registra um número recorde de casos devido à propagação da variante ômicron do coronavírus. Na quarta-feira, foram registrados quase 30.000 casos em 24 horas.

Cerca de 72% dos 8,9 milhões de habitantes têm o esquema vacinal completo na Áustria, número menor que a França ou Espanha.

Segundo os dados do Ministério da Saúde, um milhão e meio de adultos ainda devem ser convencidos.

Para dar um tempo de reflexão aos relutantes, os controles só começarão em março.

Os menores de mais de 14 anos não sofrerão essas multas.