Foto: Mandel Ngan/ AFP

Por Folha de Pernambuco

As autoridades do Havaí divulgaram pela primeira vez uma lista nomeando 388 pessoas que ainda estão desaparecidas após os incêndios florestais mais mortíferos nos Estados Unidos em mais de um século, que mataram pelo menos 115 pessoas.

Os incêndios devastaram a cidade costeira de Lahaina, na ilha de Maui, bem como outras áreas da ilha, há mais de duas semanas. As equipes de busca e resgate ainda estão vasculhando os últimos restos de cinzas e escombros em busca de restos humanos.

Num comunicado, o chefe da polícia de Maui, John Pelletier, pediu a todos os que sobreviveram ao incêndio que se apresentassem e retirassem o seu nome da lista. As autoridades disseram na terça-feira que entre 1.000 e 1.100 pessoas permaneciam desaparecidas.

As autoridades têm preparado o público para a probabilidade de o número de mortos confirmados nos incêndios — que é de 115 — aumentar substancialmente.

“Também sabemos que, uma vez divulgados esses nomes, isso pode e irá causar dor às pessoas cujos entes queridos estão listados”, disse Pelletier na nota. “Isso não é algo fácil de fazer, mas queremos ter certeza de que estamos fazendo tudo o que podemos para tornar esta investigação o mais completa e completa possível.”

A decisão de divulgar os nomes dos desaparecidos ocorreu depois que funcionários do FBI, juntamente com a Polícia de Maui, a Cruz Vermelha e outras agências, examinaram várias listas compiladas por abrigos, fazendo referências cruzadas e combinando-as em um único registro.

Na manhã de quinta-feira, as autoridades de Maui identificaram a primeira criança morta pelos incêndios: Tony Takafua, de 7 anos.

Poucas horas depois de a lista ter sido divulgada publicamente, várias pessoas postaram nas redes sociais que vários dos citados já haviam dito que estavam vivos.

Uma mulher escreveu, em resposta a uma postagem no Facebook na lista do condado de Maui, que havia encontrado duas pessoas que ela sabia terem sobrevivido. “Espero que haja muitos mais como este caso”, escreveu ela.

O resultado final do incêndio, que começou nas encostas gramadas acima de Lahaina e, alimentado por ventos fortes, percorreu o centro da cidade até o Oceano Pacífico, provavelmente só será conhecido após meses. Muitas pessoas morreram nos seus carros ou no oceano.

Outros ficaram presos no trânsito tentando escapar do incêndio, com as estradas bloqueadas por linhas de energia derrubadas. Alguns residentes mais velhos morreram num centro de convivência para idosos.

Até agora, as autoridades divulgaram os nomes de 35 pessoas que foram confirmadas como mortas e foram identificadas através de testes de DNA – 28 delas tinham mais de 60 anos.