Apesar da redução de 35% no número de casos de homicídios na Capital do Xaxado em um ano, a Polícia Civil local contabilizou um aumento de 19,9% das ocorrências de violência doméstica entre 2012 e 2013, onde as vítimas são, principalmente, mulheres. Em 2012, a Delegacia de Serra Talhada registrou 296 ocorrências de agressão feminina, contra crianças ou idosos. Já no ano passado, foram registrados 59 casos a mais, fechando 2013 com um saldo total de 355 ocorrências.

No entanto, na visão da Polícia Civil e da Secretaria Municipal da Mulher, o avanço das estatísticas escondem um dado importante: o do aumento de denúncias. “Esse ano tivemos mais mulheres buscando os nossos serviços para denunciar o agressor. Que, após o primeiro registro na Delegacia, foram pouquíssimos os casos de reincidência em ato de violência doméstica”, avaliou o comissão de Polícia Civil, Cornélio Pedro.

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Na visão da secretária da Mulher e vice-prefeita, Tatiana Duarte, as serratalhadenses estão mais conscientes quanto à necessidade do registro de ocorrências e pela busca na efetivação de direitos. Atualmente, a pasta coordenada por Tatiana com a ajuda da secretária executiva, Mônica Cabral, tem realizado um importante trabalho de acompanhamento de casos de violência contra mulheres no município.

“Muitas vezes a porta de entrada para o registro dos casos é a delegacia, o hospital ou o Ministério Público. Mas com a oficialização da nossa pasta em maio do ano passado, começamos um amplo trabalho de divulgação das nossas atividades e convocamos as mulheres a participarem de várias atividades de conscientização e empoderamento”, declarou a vice-prefeita, em conversa com o FAROL.

Tatiana Duarte lembra que, no próximo dia 24 de janeiro, o município irá receber uma companhia de teatro de bonecos de Caruaru, que irá ministrar oficinas junto a sua equipe sobre como trabalhar o tema Lei Maria da Penha junto às escolas e à sociedade. A Polícia Civil lembra que muitos casos de violência doméstica sequer chegam a virar boletim de ocorrência por conta ainda do medo das vítimas em denunciar.