Da Folha de PE

Sem aliança formal dos principais partidos, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) tem somado apoio das Frentes Parlamentares Evangélica, da Agropecuária e da Segurança Pública, que são conhecidas como ‘bancada BBB’ – Bíblia, Boi e Bala. Estas poderão ser sua base no Congresso Nacional, em caso dele sair vitorioso no próximo domingo (28).

O candidato do PSL, inclusive, reuniu-se com o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – favorito à presidência da Câmara – para tratar da recondução do democrata, junto com a bancada da bala, embora não queira falar ainda abertamente sobre o assunto.

Um deputado federal, pertencente à bancada da bala, afirmou, em reserva, que um dos acordos entre Maia e Bolsonaro visando à recondução do democrata é, justamente, colocar em votação a proposta de revogação do Estatuto do Desarmamento ainda em 2018 e a de redução da maioridade penal até o próximo ano, quando a Câmara dos Deputados já terá uma composição mais propícia a pautas conservadoras. A reforma da Previdência, contudo, não deve ser pautada este ano. Esta bancada conta com cerca de 300 parlamentares.

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A bancada evangélica lançou, na quarta (24), “Manifesto à Nação: o Brasil para os brasileiros”, no qual defende, entre outras coisas, as reformas tributária e da Previdência, a fusão dos Ministérios da Educação e da Cultura e a antiga bandeira da bancada, a Escola Sem Partido. O documento, que tem 60 páginas, defende, ainda, a diminuição das pastas ministeriais de 29 para 15, com redução de 600 cargos comissionados. “Declaramos apoio irrestrito, independente de qualquer coisa, sem barganha política”, disse o deputado federal Pastor Eurico (Patriota), integrante da bancada, que possui cerca de 180 membros.

Às vésperas do primeiro turno, a bancada ruralista, que reúne 261 deputados federais e senadores, anunciou apoio a Bolsonaro, “atendendo ao clamor do setor produtivo nacional, de empreendedores individuais aos pequenos agricultores e representantes dos grandes negócios”. “Uniremos esforços para evitar que candidatos ligados a esquemas de corrupção e ao aprofundamento da crise econômica brasileira retornem ao comando do nosso País”, afirmou a deputada Tereza Cristina (DEM-MS), em nota.

Com a junção da ‘bancada BBB’, Bolsonaro não precisaria, necessariamente, de apoios partidários para aprovar projetos, visto que estas frentes são suprapartidárias – com predominância do Centrão – e quase a totalidade delas estão alinhadas com o candidato.

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Apesar do PT ter eleito a maior bancada – com 56 deputados – a partir de 2019, o PSL, partido de Bolsonaro, elegeu 52, garantindo a segunda maior bancada e tendo condições de abrigar outros parlamentares de partidos que ficaram na cláusula de barreira. Na oposição estão ainda PSB, com 32 deputados, PDT, 28, PSOL, dez, PCdoB, nove, e PROS, oito. Maiores derrotadas nessa eleição, MDB, com 34, e PSDB, 29, são duas incógnitas.

Com perfil pacifista e com trânsito no setor produtivo, Maia tem a simpatia de Bolsonaro e da oposição para continuar na Presidência da Casa, de acordo com dois deputados, em reserva. Embora não queiram transparecer, os potenciais presidentes da República e da Câmara já começaram a fechar os acordos.

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